Dólar SOBE nesta quarta-feira (25/10), impulsionado pelo exterior
Após quatro pregões em queda, o dólar voltou a subir no país. Nesta quarta-feira (25), a moeda norte-americana se beneficiou do exterior, marcado pela aversão ao risco. As incertezas vindas do Oriente Médio ajudaram a fortalecer a divisa, mas apenas de maneira tímida.
Embora o cenário atual não seja o esperado pelos mercados, já que está ocorrendo uma guerra próximo a uma região muito importante para a produção e exportação de petróleo, o dólar não está subindo de maneira expressiva. Na verdade, os impactos dos conflitos ainda não causaram realmente temor aos investidores.
Em meio a isso, o dólar subiu 0,17% e fechou o pregão de hoje (25) cotado a R$ 5,0011. Com o acréscimo desse resultado, o dólar reduziu a queda acumulada no mês para -0,51%. O resultado sucede as altas de agosto (4,68%) e setembro (1,55%) e mostra que a variação da moeda americana em outubro ainda é incerta.
Vale destacar que o dólar ainda acumula um forte recuo de 5,25% no ano. Inclusive, a queda anual chegou a atingir 11% em julho, mas as preocupações com o exterior impulsionaram o dólar nos últimos meses, reduzindo boa parte das perdas.
Investidores estão atentos ao Oriente Médio
A guerra entre Israel e o grupo extremista islâmico Hamas teve início no último dia 7 e já provocou a morte de mais de 7 mil pessoas. Além disso, há milhares de feridos e dezenas de reféns do grupo islâmico, considerado por Israel e por boa parte dos países ocidentais como um grupo terrorista.
Os investidores estão atentos aos conflitos, principalmente porque temem que a guerra provoque o aumento no preço do petróleo. Esse risco fica ainda maior ao imaginar o envolvimento direito de outros países do Oriente Médio nos conflitos, algo que ainda não aconteceu.
Caso os conflitos tenham uma escalada ainda maior, há um risco iminente de problemas na cadeia de produção e exportação de petróleo, ainda mais ao considerar que 60% da produção mundial de petróleo se concentra Oriente Médio.
Títulos do Tesouro dos EUA impulsionam dólar
Todo o cenário caótico do Oriente Médio ajudou a impulsionar o dólar nesta quarta-feira (25). Embora os investidores ainda deixem esse assunto em “banho-maria”, considerando-o, principalmente, como uma questão humanitária, sem força para afetar a inflação global, os conflitos ainda preocupam o mercado.
Diante de situações de incertezas e preocupações, como a atual, os títulos do Tesouro dos EUA com prazo de dez anos voltaram a se valorizar. Na semana passada, os papeis atingiram a maior valorização dos últimos 15 anos, ou seja, sua rentabilidade cresceu e atraiu muitos investidores de todo o mundo.
Isso beneficia o dólar, visto que os interessados em adquirir os títulos do Tesouro norte-americana só podem comprar os papeis através de dólares. E, quanto maiores as preocupações globais, mais os investidores tendem a buscar ativos mais seguros, deixando os ativos de risco de lado, com destaque para os países emergentes, como o Brasil.
Inclusive, os títulos americanos estão muito valorizados por causa dos juros elevados no país. Isso sem contar que estes são considerados os ativos mais seguros do mundo.
Juros nos EUA estão no maior patamar em mais de 20 anos
Vale destacar que, atualmente, a taxa de juros está no nível mais elevado em mais de duas décadas. Na última reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, a entidade optou por manter os juros estáveis nos EUA. Contudo, não descartou a possibilidade de elevar a taxa nas próximas reuniões, a depender dos dados econômicos nacionais.
O mercado está de olho em qualquer movimentação relacionada aos juros nos EUA, mas o presidente do Fed, Jerome Powell, disse na semana passada que a entidade está analisando cautelosamente os impactos de juros mais elevados na economia norte-americana. A expectativa é que o Fed mantenha os juros estáveis em sua próxima reunião, realizada em breve.
A saber, o principal objetivo dos juros elevados é reduzir o poder de compra do consumidor para desaquecer a demanda e, assim, esfriar a economia. Dessa forma, a inflação perde força, já que a demanda se retrai.
O problema é que isso afeta toda a população, e os investidores torcem pelo crescimento econômico dos países, ainda mais porque os EUA são a maior economia do mundo. Assim, um eventual aumento dos preços do petróleo, com o prolongamento da guerra, poderá pressionar o Fed a elevar os juros, algo que o mercado não quer que aconteça.