Dólar cai pela 3ª sessão seguida e fecha semana cotado a R$ 4,97
O final de semana chegou com algum alívio para o mercado de câmbio. O dólar caiu pela terceira sessão consecutiva, mas os últimos resultados foram tão tímidos que não alteraram o saldo semanal da moeda norte-americana, que acumulou alta no período.
Na sessão desta sexta-feira (18), o dólar comercial caiu 0,29% e fechou o dia cotado a R$ 4,9670. Essa é a menor cotação desde a última segunda-feira (14), quando a moeda encerrou o pregão a R$ 4,9655.
Apesar de acumular três quedas consecutivas, o dólar ainda fechou a semana em alta de 1,29%. Em resumo, os recuos foram muito leves e não conseguiram eliminar a alta registrada na segunda e na terça-feira.
No acumulado de agosto, o dólar continua com um resultado positivo, de 5,03%. Contudo, a divisa segue com um saldo negativo em 2023. Neste ano, a moeda registra queda de 5,89%, percentual que já chegou a 11%.
Por que o dólar caiu?
Nesta sexta-feira (18), o que mais pesou para a queda do dólar foi a falta de novidades. Em suma, os últimos recuos registrados foram bem tímidos, próximos da estabilidade, refletindo apenas uma acomodação da divisa.
Os analistas continuam atentos com os Estados Unidos e a China. As duas maiores economias do planeta estão passando por momentos difíceis, que podem afetar todo o mundo.
Aliás, o temor de uma recessão global está fazendo os investidores buscarem os títulos públicos norte-americanos, considerados os ativos mais seguros do mundo. Isso acaba beneficiando o dólar, principalmente em relação às divisas de países emergentes, como o real, que não oferecem tanta segurança assim.
Juros nos EUA preocupam mercado
Na semana, o que mais repercutiu vindo dos Estados Unidos foi a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano. Em síntese, os analistas estavam acreditando que o Fed iria manter os juros estáveis na próxima reunião, mas o documento revelou que a entidade poderá elevar ainda mais os juros no país.
A saber, a taxa de juros dos EUA está no maior patamar das últimas duas décadas. Isso é ruim para a atividade econômica, pois, quanto mais altos estiverem os juros, mais reduzido fica o poder de compra do consumidor. Assim, a economia fica desaquecida, pois o principal objetivo do banco central é segurar a inflação.
Como a expectativa é que os juros se mantenham no mesmo patamar, ou mesmo tenham uma nova alta, a economia norte-americana não deverá ter um crescimento expressivo neste ano. Esse sinal liga o alerta no mundo, e muitos investidores correm para os títulos americanos, o que fortalece o dólar.
Desaceleração econômica da China
Do outro lado do planeta, a segunda maior economia do mundo também enfrenta grandes desafios. Em resumo, a China está apresentado dados econômicos mais fracos que o esperado neste ano. O país asiático era visto como a “salvação” deste ano, impulsionando a atividade econômica global, mas isso não deverá acontecer.
Como as duas maiores nações do mundo estão enfrentando uma desaceleração econômica, o temor de uma recessão global impede que os investidores busquem ativos de risco. O resultado é a queda do real e a alta do dólar.
Bolsa Brasileira sobe pela 1ª vez em agosto
Após 13 pregões em queda, a Bolsa de Valores Brasileira subiu na sessão desta sexta-feira (18). O mercado nem sabia mais o que era um resultado positivo, até porque a última vez que isso aconteceu foi no final de julho. Seja como for, o Ibovespa encerrou a maior sequência negativa da sua história.
Na sessão de hoje, o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, subiu 0,37%, a 115.409 pontos. Apesar do avanço diário, o Ibovespa continua acumulando uma queda de 5,36% em agosto. No entanto, no acumulado de 2023, o indicador reserva ganhos de 5,17%.
No pregão de hoje, 61 das 85 ações listadas no Ibovespa subiram, evidenciando a disseminação das altas na sessão. A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 16 bilhões nesta sessão, valor bem menor que a média de agosto, de R$ 19,1 bilhões.
O indicador só não cresceu mais no pregão devido às ações da Vale, que respondem por mais de 12% da carteira teórica do Ibovespa. No dia, as ações da mineradora caíram 1,11%, puxando o indicador para baixo. Isso aconteceu devido às projeções de crescimento mais lento da China, maior parceiro econômico do país e grande importador de commodities, como o minério de ferro, principal produto da Vale.