Apesar de ser um aliado no dia a dia, o cartão de crédito também pode se tornar um dos grandes vilões na hora de fechar as contas do mês. De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), mais de 86% das dívidas familiares no Brasil são geradas pelo uso do cartão de crédito.
Além disso, dados disponibilizados pela fintech de crédito FinanZero, nos últimos três meses de 2022, um em cada três pedidos de empréstimos solicitados na plataforma foi para o pagamento de dívidas do cartão. Por conta disso, reunimos algumas dicas para sair do vermelho e evitar problemas financeiros.
Dicas para evitar problemas financeiros
Apesar da situação financeira estar difícil para grande parte da população brasileira, Olle Widén, o presidente da FinanZero sugere algumas dicas para evitar o endividamento. A primeira delas é a organização financeira, sendo assim, para Widén, é ideal que os cidadãos contabilizem todas as suas dívidas, bem como os juros, com o intuito de definir como elas poderão ser pagas.
Além disso, no momento que o cidadão está colocando em ordem sua vida financeira, é importante não fazer novas dívidas. Sendo assim, é indicado que os pagamentos sejam feitos à vista sempre que possível.
Outra dica para não acabar se enrolando é reduzir o número de cartões de crédito. Para isso, é preciso parar para refletir a necessidade de ter aquele cartão. Reduzir o limite dos cartões também pode ser uma alternativa, diz o presidente da FinanZero.
Especialistas também afirmam que para manter a vida financeira controlada é importante manter uma reserva de emergência. Desta forma, quando surgir um imprevisto o cidadão poderá utilizá-la, evitando fazer novas dívidas no cartão de crédito.
Por fim, Olle Widén aborda a necessidade de quitar as dívidas existentes o mais rápido possível, com o intuito de evitar as taxas de juros. Para isso, é possível utilizar alguns benefícios como o 13º salário ou a restituição do Imposto de Renda. “Pesquisar boas opções de empréstimos, com boas taxas de juros, pode ser uma solução para quem deseja quitar as dívidas. O importante, sempre, é não prejudicar, ainda mais, as finanças pessoais”, diz Widén.
Juros do cartão de crédito aumenta
De acordo com dados disponibilizados pelo Banco Central do Brasil, em agosto de 2022 a taxa de juros do cartão de crédito alcançou a média de 398,4%, ou seja, o maior patamar desde agosto de 2017. Além disso, essa alta também atingiu o cheque especial, que passou de 127,4% para 128,6% ao ano.
Para Robson Gonçalves, economista e professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas, o crescimento na taxa de juros tem relação direta com a alta da taxa de juros Selic. “A taxa básica de juros concorre com a linha de crédito dos bancos privados e estipula o patamar dos investimentos no Brasil. Com menos capital de crédito em circulação, os bancos aumentam os juros como estratégia para mitigar riscos. Assim, o aumento generalizado diminui o apetite do setor privado em ofertar linhas de crédito”, disse o economista ao Correio Brasiliense.
Sendo assim, com a alta taxa de juros tanto do cartão de crédito quanto do cheque especial, é indicado que os cidadãos brasileiros evitem acumular dívidas nesses produtos. Para isso, é recomendado seguir as dicas citadas ao longo do artigo.