A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (23) uma Medida Provisória que havia reajustado o salário mínimo para R$ 1.320. A votação foi de 439 votos a favor, 1 voto contrário e uma abstenção. O voto contrário à MP foi do deputado Luiz Lima (PL-RJ), no entanto, o político afirmou ter se equivocado no momento da votação. Já a abstenção foi do deputado Alex Santana (Republicanos-BA).
Com a votação a favor, a MP seguiu para análise do Senado, que ocorreu logo em seguida nesta quinta-feira (24). A MP 1.172 de 2023 foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês de maio.
O Deputado Altineu Côrtes chegou a fazer um requerimento para adiar a votação da proposta, no entanto, o pedido foi negado por 310 votos a 92. O valor de R$ 1.320 do salário mínimo está previsto no Orçamento deste ano, sendo que anteriormente o valor era de R$ 1.302. Dessa forma, o valor representa um aumento de 1,38%. Em comparação com o valor durante o governo Bolsonaro, em dezembro de 2022, o valor do piso salarial nacional está 8,91% maior, já que na época estava em R$ 1.212.
A Medida Provisória em questão não apenas altera o valor do salário mínimo neste ano, mas também muda a forma com que é feito seu cálculo. Sendo assim, a valorização do piso salarial nacional passará a ser calculada segundo a soma do índice de inflação do ano anterior com o índice de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.
Desta maneira, o salário mínimo aumenta conforme a inflação e também conforme o crescimento da economia do país. O objetivo dessa medida é garantir que o valor tenha um aumento real, acima da inflação, pois caso contrário o reajuste estaria fazendo com que os trabalhadores perdessem poder de compra.
Além disso, a mudança no cálculo do salário mínimo, prevista pela MP, faz com que a economia seja impulsionada. Isso porque os trabalhadores ganham poder aquisitivo, o que estimula o consumo e beneficia vários setores no país.
A questão da valorização real do salário mínimo foi destaque na discussão da Medida Provisória no Senado nesta quinta-feira (24). Nesse sentido, o senador Rogério Marinho, líder da oposição, queria retirar o artigo que determina que essa política de valorização não fosse permanente.
Para ele, essa mudança no texto da MP permitiria a cada governo apresentar, todos os anos, uma proposta diferente para o aumento do salário mínimo. Sendo assim, isso levaria em conta a condição fiscal do país ao longo dos anos.
Por outro lado, o senador Jaques Wagner (PT-BA) defendeu a valorização real do salário mínimo, medida que traz benefícios para os trabalhadores e para a economia brasileira. Segundo Wagner, o aumento real faz o trabalhador ter mais dinheiro, e consequentemente movimenta o comércio. Após as discussões, Marinho decidiu encerrar o assunto, percebendo que não haveria maioria para conseguir alterar a MP. Com isso, a valorização real do salário mínimo segue valendo, garantindo benefícios tanto para os trabalhadores quanto para a economia.