O Congresso Nacional aprovou com folga nesta quinta-feira (15), um projeto orçamentário para o ano de 2022. O ponto mais polêmico do texto é mesmo a questão do Fundo Eleitoral. É que os parlamentares decidiram destinar R$ 5,7 bilhões para este fim. Isso é quase o triplo do que se viu em eleições anteriores. E muita gente usou as redes sociais para lembrar do Auxílio Emergencial.
Isso porque a aprovação do projeto aconteceu com amplo apoio dos partidos da base do Governo do Presidente Jair Bolsonaro. É portanto o mesmo poder executivo que argumenta que o país não pode mais aumentar os gastos com o Auxílio Emergencial. Eles afirmam que não podem quebrar o teto de gastos.
De acordo com contas de economistas, os quase R$ 6 bilhões do Fundo Eleitoral seriam suficientes para pagar pelo menos mais uma parcela do Auxílio Emergencial. Isso considerando o valor que a maioria dos informais está recebendo agora, que é o de R$ 150. Pelo menos é o que dizem as informações oficiais.
A equação também leva em conta a quantidade de beneficiários do programa. De acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 37 milhões de brasileiros estão recebendo o dinheiro do Auxílio Emergencial no país neste momento. Portanto a quantia do Fundo poderia ajudar boa parte dessas pessoas.
Outra possibilidade seria aumentar um pouco os valores do Auxílio Emergencial. Com o dinheiro do Fundo, não seria possível realizar uma adição muito grande, mas cada pessoa poderia acabar recebendo um pouco mais. Economistas afirmam que seria possível também fazer um pagamento avulso para os brasileiros que não estão recebendo nada neste momento.
Fundo eleitoral
Nas redes sociais, muita gente criticou o Congresso Nacional pela aprovação. A grande maioria das internautas lembrou justamente da situação das pessoas que estão vivendo apenas com o dinheiro do Auxílio Emergencial neste momento.
“Escandaloso! A Câmara aprovou a LDO para 2022 com um fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões. Enquanto isso, o povo amarga o crescimento da fome e do desemprego com um auxílio emergencial insuficiente. O PSOL votou contra”, disse a Deputada Federal SÇamia Bonfim (PSOL-RJ).
“Triplicar o fundo eleitoral seria ruim em qualquer contexto, neste momento com o país em frangalhos, mostra uma desconexão desta casa com a realidade do Brasil. Há gente passando fome, morando na rua, uma saúde e uma educação defasada, enfim, infinitos problemas”, disse o Deputado André Janones (Avante-MG).
Auxílio Emergencial
Recentemente, o Governo Federal anunciou a prorrogação do Auxílio Emergencial por mais três meses. Assim, o programa não vai mais durar até julho, mas sim até o próximo mês de outubro deste ano. Pelo menos é o que diz o Palácio do Planalto.
Apesar da prorrogação, o Governo garante que não vai aumentar os valores do programa. Assim, os repasses seguirão variando entre R$ 150 e R$ 375. E isso vai seguir mesmo que manifestações pelo aumento continuem acontecendo.
Outro ponto que não deve mudar é a questão do número de beneficiários. Isso porque o Governo decidiu que não vai abrir novas inscrições para que outros brasileiros passem a participar do projeto em questão. Seguirão portanto os 37 milhões que recebem o programa hoje.