Os editais de Concursos Públicos sempre especificam a cobrança de conhecimentos formais de Língua Portuguesa, sendo comum, por exemplo, aparecer questões sobre as funções do “se”.
As classes de palavras e suas funções sintáticas na oração são assuntos de gramática básica para concursos, vestibulares e outras seleções, como o Enem. Contudo, muitos estudantes ainda apresentam dificuldade na identificação das funções do “se”.
Por esse motivo, apresentamos abaixo um breve resumo sobre as oito funções dessa palavra, como pronome, expletivo e conjunção. Confira!
Pronome
O “se” pode ter diferentes usos em textos de português. Nesse sentido, como pronome, pode desempenhar as seguintes funções: pronome pessoal reflexivo, pessoal recíproco, apassivador, indefinido ou de partícula expletiva.
Pronome pessoal reflexivo
Quando usado como pronome pessoal reflexivo, o “se” pode ser substituído pela expressão “a si mesmo”, pois indica uma ação que recai sobre o sujeito da oração:
- Maria drogou-se a noite inteira.
Pronome pessoal recíproco
Já na função de pronome pessoal recíproco, o “se” indica que a ação praticada por um dos elementos do sujeito recai sobre o outro elemento do sujeito e vice-versa.
- Beatriz e Zelda abraçaram-se ternamente.
- Os garotos beijaram-se na boca em frente a todos.
Pronome apassivador
Outra função do “se” como pronome é de partícula apassivadora, ou seja, é empregado em construções na voz passiva do verbo e só pode ocorrer com verbos transitivos diretos. Nesse caso, o sujeito é chamado de sujeito paciente.
- Alugam-se barcos.
- Vendem-se máscaras.
Pronome indefinido
O pronome “se” pode ter função de índice de indeterminação do sujeito. Assim, pode ocorrer com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação.
Nesse sentido, o “se” como pronome indefinido tem o papel de tornar inespecífico o sujeito da oração, como nos exemplos abaixo:
- Ama-se a Deus.
- Busca-se um sentido na vida.
- Aqui se é feliz.
Partícula expletiva
Por último, o “se” também pode ser usado na oração como uma partícula expletiva. Nesse caso, o pronome será partícula expletiva quando acompanhar verbo intransitivo, com sujeito claro ou oculto. Além disso, pode ser empregado apenas para dar realce.
- Murcham-se as flores.
- Acabou-se o mundo.
- Foi-se embora o último representante legítimo do povo.
Conjunção
Além de sua função pronominal, o “se” também funciona como conjunção, marcando funções de orações em relação de subordinação. Nesse sentido, pode ser causal, condicional ou integrante.
Conjunção causal
A conjunção causal “se” tem a função de indicar causa ou motivo. Assim, é usada quando a oração subordinada apresenta uma causa para a oração principal.
A conjunção causal pode ser substituída por por porque, porquanto, já que, visto que etc.
- Se a prática leva à perfeição, então imagine o sabor de pratos elaborados bilhões e bilhões de vezes.
- Se Pedro não chegou, tivemos que jantar sem ele.
Conjunção condicional
O “se” como conjunção condicional indica, obviamente, uma condição da oração principal.
- Se chover, não poderemos ir à praia.
Conjunção integrante
A terceira função do “se” como conjunção é a de conjunção integrante, pois integra orações subordinadas substantivas (subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal, predicativa e apositiva), completando o sentido da oração principal.
- Veja se está na hora de fazer uma pergunta dessas.
- Ninguém sabe se o time venceu a partida.
- Não sabemos se Moro será candidato nas próximas eleições.
E aí? Gostou do resumo? Agora é só praticar e responder questões de provas de vestibulares e concursos anteriores para fixar o assunto.
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Veja também: Dicas de Português: Conjunções coordenativas e subordinativas.
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