Desenrola entra na última semana. Veja como negociar sua dívida
Cidadãos que estão em situação de inadimplência ainda podem negociar as suas dívidas através do Desenrola. Mas é preciso se apressar
Quem ainda não conseguiu negociar as suas dívidas através do Desenrola Brasil, ainda tem chance de acionar o programa. Mas é preciso se apressar, porque de acordo com o Ministério da Fazenda, o prazo para o fim das negociações se encerra justamente nesta semana.
De acordo com as informações do Ministério, as pessoas que ainda não negociaram as suas dívidas, e querem entrar no sistema, precisam fazer isso até o próximo dia 31 de março.
Quem pode negociar através do Desenrola
Mas é importante lembrar que nem todo mundo pode negociar suas dívidas dentro do sistema do Desenrola neste momento. Nesta reta final de programa, a ideia é atender apenas as pessoas que se encaixam na chamada Faixa 1. Estamos falando de pessoas que:
- têm renda mensal de até dois salários mínimos;
- que estejam inscritas no Cadúnico;
- que tenham uma dívida de até R$ 20 mil contraídas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022.
Várias dívidas podem ser negociadas nesta última fase. Estamos falando de débitos bancários, como cartão de crédito ou até mesmo empréstimos. Também podem ser negociadas contas em atraso de energia, água e comércio, por exemplo.
Números do Desenrola
Os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Fazenda indicam que pouco mais de 12,2 milhões de pessoas já foram atendidas pelo programa Desenrola. Ao todo, foram negociados cerca de R$ 37,5 bilhões.
Os setores que mais tiveram negociações registradas no Desenrola foram:
- serviços financeiros (R$ 6 bilhões);
- securitizadoras (quase R$ 860 milhões);
- comércio (R$ 453 milhões);
- contas de luz (quase R$ 254 milhões).
Desenrola
A versão original do Desenrola Brasil foi lançada pelo governo federal ainda em 2023. A ideia do programa é ajudar as pessoas endividadas no processo de negociação das suas dívidas, junto aos seus credores. Ao limpar o nome dos cidadãos, o governo espera retomar o potencial de consumo destas pessoas.
Inicialmente, o programa foi criado para durar até o final do ano de 2023. Contudo, o Ministério da Fazenda optou por estender o prazo de negociação para a Faixa 1 por mais três meses. Assim, o Desenrola para pessoas físicas permanecerá ativo, pelo menos, até o final de março de 2024.
Inadimplência caiu?
Mas afinal de contas, o Desenrola está conseguindo reduzir os números da inadimplência no Brasil? Ainda não existem números de grandes pesquisas que possam indicar uma resposta para esta pergunta. Mas é fato que os primeiros dados já estão sendo divulgados por empresas que medem este humor.
E estes primeiros dados não são bons. Em janeiro, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgaram em conjunto um novo indicador sobre o assunto. De acordo com o levantamento, a quantidade de brasileiros inadimplentes em dezembro do ano passado cresceu.
Entre o final de 2022 e o final de 2023, houve um crescimento de 3,58% no número de inadimplentes no Brasil. Em dezembro do ano passado, algo em torno de 66,12 milhões de pessoas estavam inadimplentes, ou seja, estamos falando de algo como quatro em cada dez brasileiros (40,35%).
Lula demonstrou preocupação
Quem demonstrou preocupação em relação aos números do Desenrola foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em evento recente, o petista elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), mas logo na sequência questionou a falta de procura por parte da população.
“Nós fizemos um programa genial. Se o pessoal que discute Prêmio Nobel de Economia estiver me ouvindo, eles precisam pegar a turma da transição nossa, a turma de transição da minha campanha e a turma do Haddad e dar o prêmio Nobel de Economia porque nada é mais inteligente que o Desenrola”, disse o presidente.
“Mas desses 72 milhões (de endividados), só apareceram 10 milhões de pessoas pra fazer a renegociação. E desses 10 milhões,8,7 milhões (negociaram dívidas) de até R$ 100. Então, companheiro Paulo Câmara (presidente do Banco do Nordeste), cadê os devedores que não apareceram? Fazendo negociação de até 90% de desconto?”, concluiu Lula.