Economia

Desemprego tende a aumentar ainda mais entre pretos e pardos ano que vem

Pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) analisou impacto da crise causada pela pandemia

Nova pesquisa realizada e divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus deve fazer com que o desemprego seja maior entre pretos e pardos ano que vem. A pesquisa foi feita pelo economista Marcelo Neri.

O pesquisador concluiu que pretos e pardos foram a parcela que mais foram beneficiados pelo Programa de Preservação de Emprego e Renda. O programa foi criado pelo governo durante a pandemia e possibilitou que empresas suspendessem contratos e reduzissem jornadas de trabalho.

Com o programa, os trabalhadores puderam receber o Benefício Emergencial (BEm) do governo federal. Já as empresas precisaram garantir estabilidade dos trabalhadores por período igual ao da suspensão ou redução. De acordo com o pesquisador, o desemprego foi reduzido com o programa do governo; o desemprego aumentou mais entre pretos e pardos do que entre brancos.

“Gradativamente, é de se esperar que as firmas aumentem as demissões. Então, a gente acha que o desemprego tende a aumentar mais depois de 31 de dezembro, quando termina a validade desse programa que pode ter sido até mais importante para pretos e pardos, porque ele tende a beneficiar mais a base do mercado de trabalho”, concluiu o pesquisador.

Ao analisar microdados da Pnad-Covid, a FGV Social concluiu que pretos e pardos tiveram maior queda no número de horas trabalhadas quando comparada com os brancos.