De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Trimestral, a taxa de desemprego caiu em 22 das 27 unidades da federação no segundo trimestre de 2022. Os dados foram divulgados na última sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo as informações disponibilizadas pelo IBGE, o maior recuo nesse trimestre foi registrado em Tocantins, com menos 3,8 pontos percentuais, seguido de Pernambuco onde houve uma queda de 3,5 pontos percentuais. Além disso, Alagoas, Pará, Piauí e Acre também se destacaram, registrando quedas de aproximadamente 3 pontos.
Vale informar que apesar dessas quedas, o Nordeste ainda permanece com a maior taxa de desocupação entre as regiões brasileiras. Ao fazer uma análise por estados, o maior índice de desemprego encontra-se na Bahia (15,5%), seguido de Pernambuco (13,6%) e Sergipe (12,7%).
Já os menores índices de desemprego no país estão em Santa Catarina (3,9%), Mato Grosso (4,4%) e no Mato Grosso do Sul (5,2%). De acordo com o IBGE, o Distrito Federal e os estados do Amapá, Ceará, Mato Grosso e Rondônia apresentam estabilidade.
“A gente tem melhoria do número de ocupados, um crescimento até de carteira de trabalho, em várias atividades econômicas, mas o rendimento em si não vem apresentando uma expansão em termos reais. Embora a gente tenha visto que em termos nominais houve sim uma expansão no trimestre e no ano. Só que trazidos a termos deflacionados, quando a gente considere em termos reais, o aumento que teve em termos nominais não é o suficiente para manter a expansão em termos reais”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua ainda indica que a taxa de informalidade representa 40% da população ocupada nesse trimestre, contando com aproximadamente 39,3 milhões de pessoas. Nesse sentido, é possível observar um aumento em números absolutos ao fazer uma comparação trimestral e anual, no entanto, em uma análise percentual os dados indicam estabilidade.
Os dados também indicam que os trabalhadores por conta própria são 26,2% da população empregada do país. Além disso, entre as trabalhadoras domésticas, apenas 25,1% possuíam carteira de trabalho assinada no período analisado pela Pnad Contínua.
As informações divulgadas pelo IBGE revelam que a taxa de desemprego entre mulheres (11,6%) e pessoas pretas (11,3%) e pardas (10,8%) permanece acima da média nacional. Já as pessoas brancas desempregadas representam 7,3%.
De acordo com Adriana Beringuy, a diferença na taxa de desemprego entre cidadaos negros e brancos aumentou, no entanto, a distância das mulheres para os homens diminuiu. “A queda foi maior entre as mulheres (2,2 pontos percentuais contra 1,6 ponto percentual dos homens), porém, não foi o suficiente para diminuir a distância entre eles. A taxa das mulheres é 54,7% maior que a dos homens”, disse.
Além da diferença alarmante nos níveis de desemprego, o rendimento dos homens também permanece maior. Segundo o IBGE, a remuneração média dos homens é de R$ 2.917, enquanto as mulheres recebem em média R$ 2.292.