É possível recordar que a Volkswagen e a Ford estabeleceram uma parceria no passado, dando origem à Autolatina, uma nova marca. Dessa união, surgiu um carro de curta vida, mas que apresentava características valiosas na época em que foi lançado.
Em 1990, foi lançado o Apollo, com o nome da Volkswagen, porém baseado no carro popular da Ford, o Verona. Apesar da semelhança no sistema, o Apollo possuía um design externo distinto, com detalhes esportivos como aerofólio na tampa traseira, lanternas fumê e para-choques na cor do veículo.
Assim como o Verona, o Apollo tinha apenas duas portas. Seus amortecedores eram mais rígidos e o carro contava com um motor e câmbio exclusivos (o conhecido AP 1.8). A versão GLS oferecia a opção de bancos esportivos da Recaro, teto solar, painel com iluminação alaranjada e acabamento monocromático.
Alguns desafios enfrentados pela Volkswagen
O Apollo enfrentava um desafio em relação ao preço, pois a produção desse veículo era muito cara. Por essa razão, o público optava por comprar outros carros que ofereciam as mesmas comodidades a um preço mais acessível, como o próprio Verona.
Outro problema que prejudicava as vendas do Apollo estava relacionado aos amortecedores, que não eram de boa qualidade. Algumas falhas na transmissão podiam deixar a caixa de marchas inoperante devido a erros de projeto. Isso levou ao fim da produção do modelo em 1992, após a venda de 50 mil unidades.
O que foi a Autolatina?
A Autolatina foi uma joint venture entre a Volkswagen e a Ford do Brasil, criada em 1987. A Volkswagen detinha 51% das ações da empresa, enquanto a Ford detinha 49%. A principal razão para a criação da Autolatina foi a situação econômica ruim na época, que tornava mais atraente a sobrevivência conjunta do que uma luta individual por uma parcela de mercado em declínio.
A Autolatina desenvolveu uma série de produtos “gêmeos” que tentavam disputar em segmentos diferentes o mesmo mercado a partir de 1990. Alguns exemplos desses carros “gêmeos” são o Volkswagen Apollo e o Ford Verona, o sedã Versailles e a sua variação station wagon Royale.
A joint venture foi encerrada em 1996, após a abertura econômica brasileira possibilitar a invasão de produtos importados e as vendas do mercado interno serem retomadas. A Volkswagen e a Ford seguiram com operações distintas, competindo em todos os segmentos.
Como a Autolatina foi apoiada pela abertura econômica brasileira
A Autolatina foi afetada pela abertura econômica brasileira, que ocorreu a partir de 1990. Com a abertura, houve a entrada de produtos importados no mercado brasileiro, o que aumentou a concorrência e reduziu a participação de mercado da Autolatina.
Além disso, a abertura econômica possibilitou a retomada das vendas do mercado interno, o que tornou menos atraente a sobrevivência conjunta da Volkswagen e da Ford. Como citado, a Autolatina foi encerrada em 1996, após nove anos de operação, e a Volkswagen e a Ford seguiram com operações distintas, competindo em todos os segmentos.
Modelos lançados pela joint venture
A joint venture entre a Ford e a Volkswagen, conhecida como Autolatina, durou menos de uma década e gerou cinco modelos. Os modelos lançados foram:
- Volkswagen Apollo – Lançado em 1990, foi o primeiro produto desenvolvido em conjunto pelas duas marcas dentro da Autolatina;
- Ford Verona – Basicamente o Ford Verona com insígnia da Volkswagen, foi fabricado nas versões GL e GLS;
- Volkswagen Logus – Lançado em 1993, era baseado no Ford Escort MkV e foi fabricado nas versões CL, GL, GLS e GLX;
- Volkswagen Pointer: lançado em 1994, era baseado no Ford Escort MkVI e foi fabricado nas versões CL, GL, GLS e GTI;
- Ford Versailles: basicamente o Volkswagen Santana com insígnia da Ford, foi fabricado nas versões GL e Ghia.
Além desses modelos, a Autolatina também desenvolveu alguns projetos que nunca foram lançados, como o Ford Del Rey II e o Volkswagen Voyage “bolinha”. A Garagem de Clássicos da Volkswagen destaca três modelos da Autolatina: Apollo, Logus e Pointer.