Mais uma grande empresa brasileira declarou falência, demitindo milhares de funcionários. A Mobra era uma grande empresa de segurança e vigilância do sul do Brasil. Ela atuava há 42 anos no mercado e empregava 2.500 funcionários. Porém, ela fechou as portas por causa da grave crise econômica que afeta o país e o setor.
Em 2018, a empresa faturou mais de 100 milhões de reais, segundo dados da Receita Federal. No entanto, em 2019, começou a ter problemas financeiros e a atrasar o pagamento dos salários de seus funcionários.
Após o inicio de seus problemas financeiros, a Mobra tentou uma recuperação judicial, que é um instrumento legal para evitar a falência. Mas não conseguiu cumprir o plano de reestruturação junto aos seus credores. Em 2020, a dívida da empresa ultrapassava os 15 milhões de reais, entre bancos, fornecedores e trabalhadores.
A situação se agravou ainda mais com a pandemia do Covid-19, que reduziu a demanda por serviços de segurança e aumentou a concorrência no setor, que já era bastante acirrada.
Sem alternativa, ela pediu falência em junho de 2023, na esperança de liquidar seus bens e pagar suas dívidas. Com isso, os 2.500 funcionários da empresa foram dispensados sem receber todos os seus direitos trabalhistas, como aviso prévio indenizado, décimo terceiro proporcional, férias proporcionais e seguro-desemprego.
A falência da Mobra é um exemplo do impacto da crise econômica no setor de segurança privada, que emprega mais de 500 mil pessoas no país, segundo dados da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist).
A crise econômica e a pandemia do Covid-19 afetaram os negócios no Brasil. Isso porque muitas empresas pediram falência em 2023.
A Serasa Experian fez um levantamento. Em janeiro, foram 72 pedidos de falência. Foi um recorde nos últimos três anos. Além disso, os pedidos de recuperação judicial também subiram. Isso mostra que muitas empresas estão com dificuldades financeiras.
Algumas marcas famosas e tradicionais entraram com pedido de falência ou recuperação judicial em 2023. São elas: Americanas, Marisa, Oi, Tok&Stok, Livraria Cultura e Pan Chocolates. O grande impacto para essas empresas foram a alta dos juros, a redução da oferta de crédito, a queda na demanda e a forte concorrência.
A falência e a recuperação judicial de empresas prejudicam a economia do país. Isso porque afetam o emprego, a renda, o consumo, a arrecadação de impostos e o investimento.
O setor de segurança privada, por exemplo, emprega mais de 500 mil pessoas no país, segundo a Fenavist. A falência de uma empresa desse setor pode gerar um grande impacto social e econômico.
Nesse sentido, é importante destacar que a situação das empresas brasileiras deve continuar difícil nos próximos meses, pois o cenário econômico ainda é incerto e desafiador.
Alguns fatores podem influenciar o futuro das empresas. São eles: o ritmo da vacinação contra o Covid-19, a evolução da inflação e dos juros, a aprovação de reformas estruturais pelo Congresso e a confiança dos consumidores e dos investidores.