Deputados do Rio apontam falta de condições nas escolas para volta às aulas
As aulas no estado só vão retornar quando a situação da pandemia no Rio estiver sob controle.
Com o estado do Rio de Janeiro na bandeira laranja, o que significa risco moderado de contágio pelo novo coronavírus, ainda não há data prevista para o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas da rede estadual.
A informação foi divulgada na quinta-feira (16) pela Secretaria de Educação, em audiência pública da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio. O presidente da comissão, deputado Flávio Serafini (Psol) se mostrou satisfeito com a decisão da secretaria.
Segundo Flávio Serafini, as aulas no estado só vão retornar quando a situação da pandemia no Rio estiver sob controle.
Além da data de retorno das aulas, outro ponto de preocupação apresentado pelos professores foi a falta de infraestrutura nas unidades, já que os estados terão uma grande queda nas suas arrecadações e isso vai impactar no valor dos repasses às secretarias.
Outro debate foi sobre os equipamentos de proteção individuais (EPIs), que também vão gerar um gasto extra para o estado, pois 730 mil alunos e professores vão precisar usar máscaras durante a permanência nas unidades de ensino.
Deputados presentes à reunião apontaram que a volta envolve desafios, entre eles, um planejamento que inclua a possibilidade de suspensão das aulas, caso haja aumento do número de infectados pela Covid-19.
Impasse
O Rio ainda vive um impasse: como e quando se dará o retorno às aulas presenciais? Tanto nas redes públicas quanto na privada, as atividades estão suspensas desde o dia 16 de março, como medida para frear o avanço do novo coronavírus.
A iniciativa de fechar as instituições no começo da pandemia seguiu o exemplo de outros países: segundo dados da Unesco, pelo menos 156 nações determinaram o fechamento de escolas, evitando o deslocamento de cerca de 1,4 bilhão de alunos.
No território fluminense, a suspensão das aulas deixou em casa cerca de 641 mil estudantes da rede municipal, 700 mil da estadual e 418 mil da privada. Somando alunos, professores e auxiliares, são cerca de dois milhões de pessoas diretamente envolvidas no processo educativo no estado. É sobre esse número, analisado à luz de estudos, que se debruçam especialistas consultados pela prefeitura e pelo governo do estado na tentativa de definir uma data para a reabertura das escolas.
O prefeito Marcelo Crivella promoveu quatro reuniões com representantes da rede privada e de sindicatos, ao longo do último mês. A prefeitura chegou a lançar um protocolo com regras para o retorno às atividades presenciais, determinando o espaçamento entre carteiras e medidas sanitárias. No último dia 26, o prefeito assinou um decreto autorizando a retomada das aulas, de forma voluntária, na rede privada, a partir de 10 de julho. No entanto, voltou atrás após sindicatos não chegarem a um consenso em relação à data e às condições da retomada.
Na rede pública, até o momento não há qualquer previsão de data para o retorno das atividades. O secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes, tem afirmado que as aulas presenciais devem ser a última atividade a ser autorizada pelo governo estadual após a pandemia. No âmbito municipal, é o próprio prefeito que tem se pronunciado sobre o assunto e, em todas as ocasiões, ressaltou que ainda não há data de retorno. *Informações do Jornal Extra