Economia

Defasagem do preço da gasolina já chega a 24%

Se por caso a Petrobras decidir reajustar integralmente o preço da gasolina por conta da alta do preço do barril de petróleo internacional e que ainda não foi repassado completamente aos clientes, o preço do litro da gasolina nos postos iria subir de R$ 6,56 para R$ 7,15.

Neste momento, a defasagem do preço cobrado pela Petrobras e das bolsas de negociação do mundo já está chegando a 24% para a gasolina e de até 27% para o óleo diesel. Nesta última quarta-feira (2), o preço do barril de petróleo alcançou a cotação de US$ 120, concluindo o dia em US$ 112,90, uma das maiores altas dos últimos meses.

O que fazer para que a alta da commodity não atrapalhe o preço da gasolina

Para evitar que a alta da cotação do petróleo acabe fazendo a diferença, a Petrobras decidiu recorrer aos estoques que foram comprados a dois meses atrás, com cotações mais baixas. O grande risco é que essa reserva se encerre antes de que o abastecimento interno seja afetado.

O tema está em discussão pela direção da Petrobras e que realizou uma reunião nesta semana para acompanhar de perto as oscilações que estão ocorrendo no preço do petróleo e tentar definir qual será o próximo passo a ser tomado.

Se por acaso fosse decidido repassar imediatamente o preço com a alta do petróleo aos clientes, o preço da gasolina subiria de R$ 6,56 para R$ 7,15 e também com aumento para o óleo diesel, passando de R$ 5,65 para R$ 6,64. Caso o aumento nas bombas de fato ocorra, isso representaria altas de 9% e 17%, respectivamente.

Petrobras está mantendo preços abaixo do padrão internacional

Desde o início do ano, a Petrobras está mantendo os preços um pouco abaixo do que está sendo apresentado no mercado internacional. Essa diferença acaba colocando as cartas na mesa em relação ao posicionamento e credibilidade da empresa, sendo que em 2021 houve um grande passo em relação ao preço registrado no exterior para o interno.

O cenário neste momento é marcado pela incerteza, mas o que se acredita é que muito provavelmente o barril de petróleo não vai ser negociado por menos de US$ 100 nos próximos dias. O último reajuste de preço foi realizado no início do ano, o que se tende a acreditar que o próximo reajuste deverá acontecer ainda em março.

Cenário de dependência

Para deixar o cenário ainda mais complicado, a companhia acabou perdendo a contribuição dos demais importadores para fazer o atendimento aos demais importadores do mercado interno, sendo que nesse momento o Brasil possui sim um déficit em refino.

No caso do diesel, a dependência é maior em outros países, pois os preços da Petrobras estão se mantendo inalterados já desde o início do ano. A demanda de gasolina e de outros combustíveis também continua aumentando, como já está ocorrendo desde 2020 e a importância por terceiros acaba ficando ainda mais inviável neste momento.