De acordo com informações da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo teve uma alta de 10%. Somente em 2015 o número foi maior, chegando a 11,56%.
Os números afirmam que os mais pobres foram os mais afetados. Enquanto na classe E a porcentagem alcançou a casa dos 11,38%, a classe A ficou nos 9%.
Aumento generalizado
Dentre as causas desse aumento no custo de vida, a Fecomercio-SP aponta o aumento do petróleo que desencadeou a alta de preços que, por seu turno levou ao aumento dos custos com transportes em 20,6% seguindo uma elevação de 63,7% no preço do etanol, 42,8% gasolina e 41,4% no óleo diesel.
Outra causa foi a alta da energia. O aumento do preço do botijão de gás foi para 38% e 23,2% no gás encanado. O acionamento das usinas termoelétricas no ano passado devido à estiagem levou ao aumento de 25% da energia elétrica.
As altas na alimentação também se fizeram sentir no custo de vida. O preço da carne chegando a 10%, seguidos da farinha de trigo, item necessário para o pãozinho de cada dia, que teve alta de 13,2%, enquanto o leite e derivados ficaram em 10,2%
Para se ter uma ideia, podemos falar dos três últimos meses do ano passado. Em dezembro, a alta de 0,78%, apesar de menor em comparação com novembro (1,01%) e outubro (1,41%) ainda é considerada elevada pela Fecomercio-SP. Em seu mês de maior elevação de preços. O setor de alimentação e bebidas foi o que teve a maior elevação em dezembro, com o mamão, por exemplo, subindo 28,7%, o café em 9,8% e o contrafilé chegando e 5,1%.
O impacto socioeconômico do aumento do custo de vida
Para a Fecomercio, o custo de vida em 2022 ainda que considerado elevado será menor que o de 2021. Para a Fundação isso se deve ao fato de que os preços já tiveram a sua maior alta nos primeiros impactos da pandemia, sendo que, agora já foram absorvidos.
A perspectiva de melhora, entretanto, não deve nos iludir. Situações como a do alto número de desempregados têm um impacto direto na economia. Em um cenário onde existem 13 milhões de desempregados, existem menos possibilidade de consumo. Mas o pior não está aí. Se os preços continuam a avançar sem uma contrapartida em vagas e oportunidades no mercado de trabalho, as famílias que já não conseguem se recompor dos efeitos da inflação chegarão numa situação crítica.