Oficialmente falando, o novo Auxílio Emergencial vai fazer quatro pagamentos para os beneficiários. No entanto, há no Congresso a ideia de prorrogar esse benefício, pelo menos, até o próximo mês de novembro. E nos últimos dias a pressão em torno desse tema vem crescendo.
De acordo com informações de bastidores, cada vez mais deputados e senadores estão querendo que o Governo amplie os pagamentos desse benefício. Boa parte desses parlamentares, aliás, fazem parte do grupo político conhecido como “centrão”.
É portanto o mesmo grupo político do Ministro da Cidadania, João Roma. Ele é ninguém menos do que o titular da pasta que responde justamente pelo Auxílio Emergencial. A ideia desses parlamentares, é que o Governo anuncie essa prorrogação o quanto antes, para evitar instabilidades sobre o tema.
No entanto, o Governo Federal está pregando cautela nesta situação. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevistas recentes que a União pode oferecer o dinheiro necessário para uma prorrogação do Auxílio, mas ele também disse que o país não pode viver apenas desse projeto.
A ideia principal de Guedes é fazer com que o Governo trabalhe com a hipótese de um novo programa social para ocupar o lugar do Auxílio Emergencial. O objetivo dele é fazer com que esse suposto programa esteja pronto no próximo mês de agosto, ou seja, um mês depois do fim dos repasses do programa atual.
Novo Bolsa Família depois do Auxílio?
Em entrevistas João Roma disse que a sua ideia é reformular o atual Bolsa Família. Ele disse, aliás, que está trabalhando nessa reformulação. De acordo com ele, o programa vai ficar maior tanto em número de beneficiários como em média de valores pagos.
No entanto, o Bolsa Família deve atender no máximo 15 milhões de pessoas. Em um nível de comparação, ainda utilizando dados do Ministério da Cidadania, o Auxílio Emergencial paga parcelas para cerca de 40 milhões de brasileiros. E a tendência é que esse número cresça nas próximas semanas..
Sendo assim, dá para entender que boa parte dos beneficiários do Auxílio Emergencial não irão poder migrar para o novo Bolsa Família. E essa é a maior preocupação do Congresso neste momento. Por isso, uma ala quer manter esse programa até o próximo mês de novembro, pelo menos.
Vacina é a solução?
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista que trabalha com a hipótese de imunização em massa. Dessa forma, com a população podendo trabalhar, ele disse que os auxílios acabariam sendo menos necessários para boa parte da população.
No entanto, o Ministro falou a mesma coisa no final do ano passado. Na ocasião, ele disse que não seria preciso pagar novas rodadas do Auxílio porque boa parte da população estaria vacinada no início deste ano. No entanto, não foi isso o que aconteceu.
De acordo com informações das próprias secretarias de saúde do país, o Brasil imunizou completamente cerca de 7% da população. A campanha de vacinação por aqui começou ainda no último dia 17 de janeiro. O Governo está prometendo que vai acelerar essa vacinação nos próximos dias.