O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniu nesta quinta-feira (20) com o grupo “Diálogos pelo Brasil” do ano. A organização foi criada por Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na ocasião, o chefe do Executivo falou sobre a vacinação e disse não temer a investigação da CPI da Covid-19.
Num cenário de segunda onda da pandemia da Covid-19, com registro de mais de 3 mil mortes por dia, Bolsonaro defendeu a vacinação em massa como solução para uma arrancada da economia – que vem enfrentando dificuldades desde que a doença chegou ao país.
“O Brasil não parou. Fizemos muita coisa no ano passado, desde a gestão Pazuello, e as vacinas são uma realidade hoje. Não temos medo de CPI, mas espero que essa ação não prejudique o nosso trabalho”, declarou.
Empresários também falaram da segurança que a vacinação da Covid-19 e outras medidas, como reformas estruturais, poderiam impactar a economia e sua estabilidade.
“O que precisamos é de um ambiente seguro para isso [para a economia girar], razão pela qual apoiamos as reformas estruturais. A reforma Administrativa é a que está mais adiantada e merece o esforço de todos para a sua aprovação”, defendeu Skaf.
O novo Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na reunião que vê “um horizonte melhor” quanto a vacinação da Covid-19.
Ele defendeu que a expectativa é que está realidade da vacinação de concretize entre maio e junho, porém antes disso é preciso buscar soluções para evitar aglomerações no transporte público.
A reunião aconteceu por vídeo conferência e, além de Bolsonaro, estiveram presentes 10 ministros, entre eles Paulo Guedes, da Economia, e 40 empresários, como Abílio Diniz (Península), André Bier Gerdau Johannpeter (Gerdau), André Esteves (BTG Pactual), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco) e Wesley Batista Filho (JBS).
Covid-19 em números
O Brasil já ultrapassou 370 mil mortos por Covid-19, sendo que a média móvel de mortes só vem crescendo. No último levantamento divulgado, 3.481 pessoas morreram em 24h devido a Covid-19.
O cenário enfrentado pelo país é de mais de 90 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de mil. E nos últimos 25 dias, média móvel acima de 2,5 mil pessoas mortas por dia.
Em contrapartida, apenas 12,38% da população brasileira teria recebido a primeira dose da vacina contra Covid-19. Já a segunda dose da vacinação atingiu uma porcentagem ainda menor, somente 5,06% de toda a população do país.
Os dados sobre a vacinação foram contabilizados até noite da última terça-feira (20).