Nesta quinta (25), Organização Mundial de Saúde (OMS) fez um alerta sobre a ‘Covid longa’, afirmando que uma em cada dez pessoas com Covid-19 sentem sintomas por mais de 12 semanas.
A OMS ressalta a importância de as autoridades médicas acompanharem pacientes que sofrem com sintomas de longo prazo da Covid-19. Segundo o Diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, o número de casos de ‘Covid longa’ é grande o bastante para que ela seja encarada como prioridade no mundo inteiro.
“Precisamos ouvir e precisamos entender. Pessoas que sofrem com condições pós-covid precisam ser ouvidas se quisermos entender as consequências de longo prazo”, disse o diretor da OMS para a Europa. “[A ‘covid longa’] é uma prioridade clara para OMS, da maior importância, e deve ser para todas as autoridades de saúde.”, disse Kluge em entrevista coletiva.
Por conta dos sintomas duradouros, as pessoas que sofrem de ‘Covid longa’ sofrem impacto também na situação econômica. “O fardo é real e significativo”, disse Hans Kluge. No entanto, para ele, ainda há uma “falta de compreensão” da situação.
Entre os sintomas relatados por aqueles que sofrem de ‘Covid longa’ estão dores musculares, fadiga e falta de ar, o que dificulta a vida social e profissional, além de afetar a saúde mental dessas pessoas. Danos em órgãos como coração, pâncreas e pulmão também são sintomas presentes em alguns casos.
‘Covid Longa’ pode acometer quem teve Covid-19 leve
Ao contrário do que muitos pensam, a ‘Covid longa’ não está relacionada com a gravidade da Covid-19 enfrentada pelo paciente durante o pico da infecção. Martin McKee, do Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde, na mesma coletiva de imprensa nesta quinta (25), revelou que alguns pacientes com sintomas iniciais muito leves podem sofrer meses depois.
A afirmação de Mckee vai de encontro com o relato do médico Regis Goulart Rosa, do Hospital Moinhos de Vento e integrante de um grupo de pesquisadores que estuda os efeitos duradouros do coronavírus.
“A gente acaba encontrando muitos pacientes que, mesmo não necessitando de hospitalização, tiveram sintomas prolongados. Inclui fadiga, cansaço, fraqueza, principalmente fraqueza muscular, inclui também dificuldade de atenção, distúrbios do sono, principalmente insônia, sintomas de ansiedade. Esses sintomas duram o suficiente para causar uma percepção de redução de qualidade de vida para essas pessoas”, relatou o médico e pesquisador em entrevista ao portal G1.