Covid-19: Vacinação em massa em Serrana (SP) testará imunidade de rebanho, diz Instituto Butantan
Neste domingo (07), a cidade de Serrana anunciou que seus habitantes serão vacinados contra Covid-19 em um estudo do Instituto Butantan, responsável pela vacina CoronaVac no Brasil, que visa testar a imunidade de rebanho da população.
Localizada na região metropolitana de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, Serrana tem 45.644 habitantes, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A cidade foi escolhida por apresentar números elevados de casos de Covid-19 quando comparada a outros municípios pequenos da região.
“A ideia é vacinar o maior número de pessoas na população adulta. Nós estamos prevendo uma vacinação que pode chegar a 30 mil pessoas — obviamente que as pessoas não são obrigadas a vacinar. Com isso, a gente acompanha a evolução da epidemia. Tem aspectos técnicos que vão permitir fazer cálculos, fazer projeções, que vão calcular se a vacina é eficaz em diminuir a transmissão ou não, qual a porcentagem. Tem toda uma metodologia que vai permitir que isso seja feito (…) Mas para a população importa é que ela estará sendo vacinada, uma vacinação em massa”, explicou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
Estudo avalia capacidade da CoronaVac em gerar imunidade de rebanho
Ricardo Palácios, diretor de Pesquisa Médicas do Instituto Butantan, explicou que o objetivo do estudo é avaliar a utilidade da vacina CoronaVac em controlar a Covid-19 dentro de uma comunidade.
“A primeira pergunta que a gente quer responder através desse estudo é: será que com essa vacina vamos realmente poder sair desta pandemia? Nós já sabemos que a vacina é segura e eficaz ao nível de cada pessoa que a recebe, mas agora, quando pensamos no coletivo, numa sociedade, será que nós vamos conseguir conter a pandemia através da vacinação? Não estamos pensando em pessoas isoladas. Estamos pensando em comunidades (…) Para que esse estudo dê certo, a comunidade como um todo tem que participar”, disse Ricardo.
O estudo inédito dividirá a cidade em 25 partes, que forma 4 grandes zonas separadas por cores, e um sorteio definirá quais áreas serão vacinadas primeiro. Diferente dos estudos com vacinas contra Covid-19 apresentados até agora, esse não pretende medir a eficácia da CoronaVac, mas sim medir a eficiência da vacinação no controle da pandemia.
“É um estudo inovador. O nome oficial é estudo escalonado por conglomerados. No fundo, ele pretende avaliar a transmissão da infecção, a redução do uso do sistema de saúde, a carga de doença, a imunidade de rebanho e outro efeitos indiretos da vacinação, na economia, circulação de pessoas, aceitação de vacinação, na ocorrência de efeitos não vistos anteriormente. Vai permitir acompanhar aspectos em nível populacional”, completou o diretor do Butantan.