Há três anos atrás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a covid-19 era uma questão de emergência mundial, uma nova pandemia que havia atingido a população sem distinção de país. Atualmente, ela tomou a decisão de continuar o nível máximo de alerta relacionado ao coronavírus.
De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da OMS, a organização está acompanhando as instruções do comitê de emergência das covid-19, grupo de especialistas da doença, que se reuniram no último dia 27/01. Aliás, foi este grupo que declarou a pandemia como uma ameaça internacional em 2020.
No início da declaração de situação de emergência mundial devido à convid-19, havia apenas 600 casos na China e nenhuma morte. Tedros afirma que julgou prematura o cancelamento do alerta máximo. Ele diz que está preocupado com algumas questões relacionadas à crise sanitária em alguns países.
Um dos quadros apontados pelo diretor geral da OMS é o do aumento das mortes relacionadas à doença. De acordo com Tedros, só nos últimos dois meses, foram cerca de 170 mil mortes. De acordo com informações da organização, até o momento ocorreram 6.804.491 casos da doença, desde o final de 2019 até janeiro de 2023.
Alerta máximo
Estima-se que os números sejam ainda maiores dos divulgados pela OMS. Sendo assim, houve um consenso entre os especialistas na manutenção da emergência sanitária, de modo que a covid-19 continua sendo considerada uma pandemia. Ademais, a entidade afirma que atualmente é impossível eliminar o vírus.
Entretanto, a OMS enxerga que a pandemia se encontra em um processo de transição, Durante a reunião, os especialistas fizeram uma avaliação sobre as estatísticas relacionadas à doença, para ver se a crise sanitária poderia ser realmente encerrada, em virtude da redução de casos no mundo.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), outra questão relacionada à pandemia se deve ao fato de que a situação de emergência em todo o mundo causou uma perda de US$13 trilhões. Mesmo que tenha ocorrido uma redução dos casos e mortes relativos à covid-19, a doença ainda representa um perigo.
Tedros afirma que “enquanto o mundo está em melhor posição do que estava durante o pico da transmissão da ômicron um ano atrás, mais de 170 mil mortes relacionadas à covid-19 foram relatadas globalmente nas últimas oito semanas”. Desse modo, a situação de alerta continua a valer em todo o mundo.
Preocupação mundial
Todavia, a vigilância acerca das contaminações de covid-19 no mundo caíram vertiginosamente. O sequenciamento genético do vírus e suas variantes também sofreram uma grande redução. Dessa maneira ficou mais difícil rastrear estas vertentes do coronavírus e detectar novas variantes.
Petro diz que os sistemas de saúde estão trabalhando no máximo de suas capacidades, visto que além de auxiliar na contenção e nos casos de covid-19 apresentados, eles também estão expostos a outras questões sanitárias, como casos de influenza e de vírus respiratórios.
A princípio, há uma redução significativa na mão de obra especializada, além do fato de haverem vários profissionais de saúde fatigados. Para o diretor geral da OMS, muitos países não têm a capacidade de auxiliar as populações mais necessitadas, idosos e até mesmo outros profissionais de saúde.
Analogamente, a pandemia de covid-19 continua a ser uma emergência de risco global elevado. O sistema de saúde em vários países do mundo tem se apresentado como em dificuldade, sobrecarregado em vários aspectos. A OMS afirma que tem se preocupado com a contínua evolução do vírus.
Vigilância contra a Covid-19
Uma das maiores preocupações da OMS é a de que há uma circulação desgovernada do SRA-CoV-2, além de uma redução exponencial da produção de relatórios dos estados membros. Ou seja, não há dados substanciais acerca da morbidade, mortalidade, hospitalização e sequenciamento da covid-19.
Em síntese, a OMS pede que os países permaneçam atentos e que continuem a reportar informações de vigilância e sequenciamento dos genes das novas variantes. Além disso, a organização solicita que haja um maior direcionamento das medidas sociais e de saúde pública, a partir dos governos dos países.
Outra questão é relativa ao aumento da vacinação de pessoas de maior risco, em busca de reduzir doenças mais graves e novos óbitos. A OMS também sugere que haja uma condução regular das comunicações relativas ao risco de se contrair o vírus. Até o momento, mais de 13 bilhões de vacinas foram aplicadas no mundo.