Covid-19 no Brasil: pico de mortes diárias pode chegar a 5 mil, aponta pesquisa da UFF - Notícias Concursos

Covid-19 no Brasil: pico de mortes diárias pode chegar a 5 mil, aponta pesquisa da UFF

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), o Brasil pode passar a registrar 5 mil mortes diárias por Covid-19 entre os meses de abril e maio, caso medidas de distanciamento social não sejam adotadas. A projeção é de Márcio Watanabe, professor do departamento de estatística, e toma como base a sazonabilidade da doença.

Em entrevista ao jornal O Globo, o professor explicou que doenças respiratórias, como a Covid-19, costumam ocorrer mais no outono e no inverno por conta de fatores como a baixa imunidade do corpo humano no período, mudanças no comportamento das pessoas e o fato de convivermos mais em espaços fechados durante estações frias.

Segundo o estudo, a tendência é que as contaminações pelo coronavírus aumentem no hemisfério sul entre março e maio. O mesmo deve ocorrer em países com padrões sazonais semelhantes aos do Brasil, como Índia e Bangladesh.

“Aqui, o pico de óbitos será provavelmente em abril ou início de maio, com um valor estimado de até cinco mil óbitos diários. O valor real do pico dependerá da velocidade da vacinação nos próximos meses e das medidas de distanciamento adotadas”, alerta Watanabe.

O número de casos e mortes por Covid-19 no Brasil vem aumentando desde o final do ano passado devido às festas de final de ano, ao Carnaval e ao relaxamento de medidas de distanciamento social, além da presença de novas variantes mais transmissíveis. No entanto, para Watanabe, a situação pode piorar por conta da sazonabilidade.

“Outros países do hemisfério Sul já estão experimentando um aumento de casos recentemente, como Colômbia, Argentina, Uruguai e até o Chile, mesmo com a vacinação avançada.”, diz o matemático.

Vacinação e distanciamento podem evitar mortes por Covid-19

Para evitar a piora nos índices relacionados à pandemia, Watanabe defende medidas de distanciamento social e a aceleração da vacinação contra Covid-19, sobretudo para os grupos de risco.

“Por exemplo, indivíduos de 50 a 60 anos são responsáveis por uma expressiva parcela das internações e óbitos, mas não estão relacionados como grupo de risco no plano nacional de imunização-PNI. Enquanto o país não vacinar esse grupo de pessoas, e também integralmente os idosos e aqueles com comorbidades, ainda teremos um grande número de óbitos”, afirma Watanabe.

Uma vez finalizada a campanha de vacinação, o coronavírus deve continuar circulando de forma sazonal, como ocorre com outras doenças respiratórias.

“Poderemos conviver com a Covid-19 da mesma forma que convivemos com outras doenças respiratórias, como a pneumonia, quando vacinarmos a grande maioria da população. Mas, mesmo com a vacina, a doença será endêmica, ou seja, sempre haverá casos. Assim, um ponto fundamental para o futuro é a ciência encontrar algum tratamento que seja significativamente eficaz para pacientes hospitalizados com coronavírus.”

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