A ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para Covid-19 está cima de 80% em 17 capitais do Brasil, segundo o Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado hoje (26). É o pior nível de ocupação de UTIs desde o começo da pandemia.
As 17 capitais brasileiras em situação crítica são: Porto Velho (100,0%), Rio Branco (88,7%), Manaus (94,6%), Boa Vista (82,2%), Palmas (80,2%), São Luís (88,1%), Teresina (93,0%), Fortaleza (94,4%), Natal (89,0%), Recife (80,0%), Salvador (82,5%), Rio de Janeiro (85,0%), Curitiba (90,0%), Florianópolis (96,2%), Porto Alegre (84,0%), Campo Grande (85,5%) e Goiânia (94,4%).
O boletim da Fiocruz indica que o nível de transmissão da Covid-19 está intensa em todo o Brasil, sem nenhum estado apresentar tendência de queda no número de casos confirmados ou óbitos.
“A gravidade deste cenário não pode ser naturalizada e nem tratada como um novo normal. Mais do que nunca urge combinar medidas amplas e envolvendo todos os setores da sociedade e integradas nos diferentes níveis de governo”, afirma o Observatório Covid-19 da Fiocruz.
Desde o dia 17 de janeiro, data que marcou o início da vacinação contra Covid-19 no Brasil, o país registra média móvel de mortes acima de mil óbitos por dia. Esta quinta (25) foi o dia com mais mortes desde o começo da pandemia no país, com 1.582 óbitos registrados em 24h.
No total, mais de 250 mil vidas foram perdidas para a Covid-19 no Brasil e, atualmente, o país registra os piores índices de isolamento social desde março de 2020.
Desafios para reduzir a ocupação de UTI de Covid-19
O Brasil vive o pior momento desde o começo da pandemia de Covid-19. De acordo com a Fiocruz, uma das possíveis causas são as novas variantes do coronavírus, que são mais transmissíveis que a cepa original que dominou o país em 2020, representando um desafio para as autoridades.
“Dentre os novos desafios, destacamos a chegada das vacinas e o lento processo de vacinação que vem se desenhando, combinado com o surgimento das novas variantes que envolvem tanto o potencial de serem mais transmissíveis, como contextos que favorecem a transmissão por conta da ausência de medidas de mitigação amplas, articuladas entre todos os setores da sociedade e integradas nos diferentes níveis de governo”., afirma a Fiocruz.
O boletim ressalta a importância do uso de máscaras em larga escala e do distanciamento social, além da redução de deslocamentos entre cidades e a garantia de transporte adequado para a população. “Essas medidas deveriam envolver, além de legislações e decretos, campanhas para adesão da população às mesmas”.