Cotação do DÓLAR hoje (21/08): moeda volta a subir e chega a R$ 4,98
O dólar iniciou a semana em alta, interrompendo uma sequência de três quedas. O avanço reflete as preocupações vindas do exterior e as novas projeções de analistas do mercado financeiro para a inflação no Brasil em 2023.
Na sessão desta segunda-feira (21), a moeda norte-americana subiu 0,22%, cotada a R$ 4,9781. Com o avanço diário, o dólar passou a acumular um ganho de 5,27% em agosto, eliminando quase metade das perdas registradas em 2023 até o final de julho. Aliás, a divisa ainda registra uma queda de 5,68% neste ano.
Preocupações do exterior fortalecem dólar
No primeiro semestre de 2023, os investidores estavam bastante confiantes com a recuperação econômica global. Por isso, buscaram ativos de risco, que rendia mais, e deixaram de lado os ativos que ofereciam maior segurança.
Em resumo, as projeções indicavam que o planeta iria se fortalecer cada vez mais, com os Estados Unidos e a China puxando a atividade econômica global, uma vez que são as maiores nações do mundo. Contudo, isso não aconteceu, e os dados mais recentes estão apontando para um futuro bem mais desafiado do que o esperado.
No caso da China, que é a segunda maior economia do mundo, os dados mais recentes confirmam a desaceleração no país. A saber, o Banco Popular da China cortou em 0,10 ponto percentual nesta hoje (21) uma das principais taxas de juros do país, para 3,45% ao ano. O objetivo é tentar aquecer o consumo no país, que está mais fraco que o desejado.
Estados Unidos também preocupam
Nos Estados Unidos, a situação se mostra ainda mais preocupante. Em julho, a inflação ao consumidor subiu menos que o esperado, e os analistas passaram a acreditar que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, poderia interromper a sequência de alta dos juros.
Contudo, a ata da última reunião do Fed revelou que o banco central norte-americano ainda poderá elevar os juros no país. Em suma, quanto mais altos os juros, mais fraca tende a ficar a atividade econômica do país, pois os juros elevados reduzem o poder de compra do consumidor.
Como os EUA já estão enfrentando dificuldades para crescer com a taxa de juros atual, que é a maior das duas últimas décadas, o temor é que uma nova alta dos juros afete ainda mais a maior economia do planeta.
Toda essa desaceleração econômica está fazendo os investidores buscarem ativos mais seguros, como os títulos norte-americanos. Isso ajuda a fortalecer o dólar, ante divisas de países emergentes, como o real, e a expectativa é de novas altas da moeda americana.
Analistas elevam projeção para a inflação no Brasil
Após 13 semanas sem avanço, os analistas voltaram a elevar a taxa projetada para a inflação no Brasil em 2023. O avanço nesta semana foi bem leve, mas importante o suficiente para causar ainda mais preocupação ao mercado.
O avanço das projeções aconteceram porque a Petrobras reajustou os preços da gasolina e do diesel no país na semana passada. Em síntese, a empresa elevou em 16,3% o valor da gasolina comercializada para as distribuidoras. Com isso, o litro do combustível subiu de R$ 2,52 para R$ 2,93, uma alta de 41 centavos.
Além disso, a Petrobras elevou em 25,8% o valor do diesel, o que corresponde a 78 centavos. Com isso, o valor médio do combustível subiu de R$ 3,02 para R$ 3,80.
Como os combustíveis exercem forte impacto na inflação do país, a expectativa é que esse indicador fique ainda mais alto neste ano. Para quem não sabe, a inflação se refere ao aumento dos preços de bens e serviços, ou seja, também pressiona a renda dos consumidores, assim como os juros.
Aliás, os bancos centrais elevam a taxa de juros justamente para segurar a inflação. Como a taxa inflacionária desacelerou no Brasil, os juros caíram, enquanto as projeções de crescimento econômico se fortaleceram. Já nos Estados Unidos, a inflação continua elevada e poderá pressionar o Fed a elevar novamente os juros em breve.
Ibovespa volta a cair na sessão
A semana chegou com mais uma notícia negativa para a Bolsa de Valores Brasileira. Em 14 pregões que aconteceram em agosto, a Bolsa fechou 13 deles em queda. A única exceção ocorreu na última sexta-feira (18), quando o Ibovespa subiu 0,37%.
Por falar nisso, o Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira. Na sessão de hoje (21), o indicador caiu 0,86%, a 114.420 pontos. Em agosto, o Ibovespa acumula uma queda de 6,17%, mas ainda reserva ganhos de 4,27% em 2023, percentual que havia ultrapassado 11% no mês passado.
No pregão de hoje, 71 das 85 ações listadas no Ibovespa caíram, evidenciando a disseminação das quedas na sessão. A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 14 bilhões nesta sessão, valor bem menor que a média diária de agosto, de R$ 18,8 bilhões.