O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, chegou a dizer que o corte no orçamento 2021 é um “estrago” na pasta na qual está a frente. Ele declarou que as pesquisas não são como chaves, onde é possível “ligar e desligar” a qualquer momento.
“Sexta foi um dia muito movimentado aqui em Brasília, foi a divulgação do Orçamento do governo 2021, com grande atraso, a gente já está em abril”, explicou ele em live transmitida pelo Instagram.
“A gente já tem que começar a trabalhar na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano que vem, para 2022. Então, a gente está aí num trabalho duplo, tanto trabalhando com o Orçamento do ano que vem quanto vendo o que a gente vai fazer a respeito do orçamento deste ano, com o estrago, vamos chamar assim. E, realmente, foi muito comprimido esse orçamento”, continuou.
Cortes no orçamento 2021
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cortou do orçamento um total da pasta de Ciência e Tecnologia R$ 371 milhões. Outros R$ 272 milhões foram bloqueados temporariamente.
Os valores bloqueados só serão liberados a depender da arrecadação deste ano, principalmente por conta do teto de gastos, de acordo com o governo federal.
Com o cenário de cortes, Pontes declarou que agora há projetos que terão que ser cortados e outros ficarão em stand-by.
“É chato falar isso, mas é fato, porque tem certos tipos de projetos que, sem orçamento, tem um hiato e esse hiato mata o projeto”, disse. “Pesquisa não é uma coisa que dá pra ligar e desligar a chave assim, de uma hora para outra. Não existe isso, é uma coisa que tem que ter continuidade. Se você desliga a chave de certos tipos de pesquisas, simplesmente não tem como continuar, você tem um retardo aí de muitos anos”, lamentou.
Na live o ministro ainda ressaltou a importância de investimentos na pasta. “Recurso para ciência e tecnologia e para educação não é gasto. Pessoal do governo costuma falar muito em gasto, isso não é gasto, isso aí é investimento, que vai dar muito resultado para o país à medida que vai sendo construído tudo isso. Os resultados não são imediatos, obviamente”, finalizou.