O presidente dos Correios, general Juarez Cunha, disse que estão sendo feitos estudos para a abertura de capital da estatal. A afirmação, dada no podcast “Com a palavra, o presidente dos Correios”, direcionado aos funcionários da empresa, veio logo após ele defender que os Correios continuem sendo uma empresa pública.
“Com vistas à modernização da empresa, já iniciamos estudos para a abertura do capital da empresa. Isso é uma medida fundamental, importante, de maneira que possamos ter um quadro de sócios minoritários”, disse o presidente em áudio.
Bolsa de valores
Os correios, com a abertura de capital, se tornariam uma empresa de capital aberto, com ações sendo negociadas na Bolsa de Valores. Com esse aporte, a estatal teria recursos para financiar projetos de investimento e modernização, conforme informou o presidente. Ainda não foram informados os detalhes da fatia da estatal que poderia ser vendida.
Alternativa à privatização
A abertura do capital dos Correios seria uma alternativa à privatização da empresa, medida que o presidente da companhia é contra. De acordo com ele, os estudos sobre a privatização serão conduzidos pelo governo federal e que haverá oportunidade de defender seu ponto de vista. Em abril, o presidente Jair Bolsonaro teria dado aval para a privatização dos Correios.
A equipe presidencial enxerga que o setor está em processo de transformação e, para sobreviver, a estatal precisa ser mais competitiva e ter menos amarras. A solução, para isso, viria apenas com a privatização dos Correios.
O presidente defende o que ele chama de “não privatização”. Para o gestor, a estatal é independente e autossuficiente, ou seja, não depende de recursos do orçamento, sendo independente do Tesouro Nacional e quando apresenta prejuízo, recorre a empréstimos pagos com recursos próprios. Além disso, ele cita que a empresa está promovendo uma grande reestruturação e modernização, que a deixaria pronta para competir no mercado. Para viabilizar essa modernização, a abertura do capital seria uma das saídas.
Ainda no podcast, o presidente destacou o papel social feito pelos Correios em todos os municípios do país. “Esse papel é imensurável e não poderá ser realizado por uma empresa não estatal”. Os Correios são a única empresa do país que entrega cartas e encomendas para todas as cidades do Brasil. Apesar de o setor de encomendas ter concorrência, apenas os Correios atuam regularmente devido à obrigatoriedade da universalização. No segmento de cartas, correspondências agrupadas e telegramas, a empresa detém exclusividade de exploração.
Ministério da Economia fixou limite de funcionários
O Ministério da Economia, através da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital e Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, publicou no Diário Oficial da União a portaria de nº 621 que fixa o limite máximo do quadro de pessoal próprio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – Correios.
De acordo com o documento, foi fixado o limite máximo de 106 mil funcionários, sendo 105.211 do quadro permanente e 789 do quadro de anistiados. O texto prevê que para fins de controle do limite do quantitativo de pessoal das empresas estatais ficam contabilizados, à exceção dos empregados com contrato de trabalho suspenso por motivo de aposentadoria por invalidez, os seguintes grupos:
- os empregados reintegrados, os empregados contratados por prazo determinado;
- os que estão licenciados por doença, acidente de trabalho ou quaisquer outros motivos de licenças e afastamentos.
A portaria prevê que compete à empresa gerenciar seu quadro próprio de pessoal, praticando atos de gestão para repor empregados desligados do quadro funcional, desde que sejam observados os limites ora estabelecidos, as dotações orçamentárias aprovadas para cada exercício, bem como as demais normas legais pertinentes.
Último concurso dos Correios
O último edital de concurso dos Correios foi divulgado em 2011. Na ocasião, foi divulgado um edital com 9.190 vagas distribuídas entre as carreiras de carteiro, atendente, operador de triagem e transbordo, analista de correios, médico do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho, técnico em segurança do trabalho, analista de saúde, engenheiro de segurança do trabalho e enfermeiro do trabalho.
As vagas do Concurso dos Correios foram para todos os Estados brasileiros. Os salários oscilaram entre R$ 1.003,57 e R$ 3.211,58, sem incluir os benefícios oferecidos pela instituição.
O certame foi organizado pelo Cespe/UnB, que organizou provas objetivas compostas de 120 questões, sendo 50 de conhecimentos básicos – divididas nos temas de língua portuguesa, inglês (para alguns cargos), informática e administração pública – e 70 de conhecimentos específicos.