O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento que poderá modificar significativamente a correção monetária dos valores do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Assim, gerando expectativas de mudanças no rendimento para os trabalhadores e preocupações quanto ao impacto financeiro para o governo.
A audiência originalmente programada para 18 de outubro foi adiada depois que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, excluiu o assunto da agenda, após uma reunião com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros membros do governo.
Isso ocorreu devido à preocupação com as implicações financeiras para o setor público. Em suma, a ação, proposta pelo Solidariedade em 2014, teve início em 20 de abril. Contudo, atualmente conta com dois votos favoráveis à mudança na correção do FGTS. No entanto, o Ministro Nunes Marques solicitou mais tempo para análise, suspendendo temporariamente o processo.
O cerne do julgamento está na possibilidade de alteração do índice de correção do FGTS. O relator Luís Roberto Barroso argumenta que o FGTS deve render, no mínimo, o mesmo que a poupança. Atualmente, o FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR), quase nula, somada a 3% ao ano, resultando em um rendimento inferior à poupança, que gera 6,18% ao ano.
Ainda não está claro como a revisão será aplicada se aprovada. O Supremo Tribunal Federal tem o poder de determinar se a alteração terá efeito somente nos saldos do FGTS. Assim, após o julgamento ou se será aplicada a todos os valores do fundo.
Em resumo, a repercussão financeira é significativa, prevendo um custo de R$ 8,6 bilhões em quatro anos para a União, caso o FGTS seja remunerado pelo mesmo índice da poupança. Dessa maneira, isso afetaria o fluxo de caixa do fundo, mas não alteraria a tendência de queda na rentabilidade dos investimentos do FGTS.
Se a alteração for aprovada, a nova norma só entrará em vigor após a publicação da ata da decisão. Isso porque a modulação dos efeitos pode ser considerada, decidindo se a correção será aplicada a partir da data do julgamento ou de forma retroativa.
De modo geral, a mudança na correção do FGTS pode ter implicações nas contas públicas, especialmente porque os recursos do FGTS são usados para financiar projetos de habitação, infraestrutura e saneamento. Sendo assim, o julgamento torna-se ainda mais complexo devido ao uso desses fundos em empreendimentos de relevância social.
Caso o STF aprove a mudança, a decisão sobre a correção dos saldos antigos do FGTS provavelmente será atribuída ao Congresso Nacional. Dessa forma, este órgão legislativo terá que determinar se haverá algum tipo de depósito referente ao passado.
Contudo, essa questão só poderá ser resolvida por meio de ação legislativa ou negociação entre entidades de trabalhadores e o Poder Executivo, conforme indicado pelo relator Luís Roberto Barroso.
De modo geral, em meio a expectativas e preocupações, o desfecho desse julgamento certamente moldará o cenário financeiro para trabalhadores e o governo nos próximos anos. Assim, impactando diretamente as finanças públicas e o acesso à moradia e infraestrutura.
Por todos os pontos citados, o desenrolar dessa situação é de grande relevância para o trabalhador. Contudo, é muito importante também que esteja atento a diversos golpes que envolvem a liberação de valores referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
Portanto, não forneça informações sensíveis ao receber contatos aleatórios. Se houver valores a receber relacionados ao FGTS, o cidadão será notificado formalmente por meio dos canais oficiais da Caixa Econômica Federal.