No dia 07 de janeiro, o Instituto Butantan anunciou 78% de eficácia da CoronaVac para casos leves e 100% para casos moderados e graves, em coletiva de imprensa organizada junto com o governo do estado de São Paulo. No entanto, os dados dos resultados dos testes de fase 3 não foram detalhados, deixando no ar o índice de eficácia total da vacina. Nos testes feitos na Indonésia, que aprovou o uso emergencial da CoronaVac nesta segunda (11), o índice de eficácia global foi de 65,3%.
Segundo o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, a eficácia global, aquela que aponta a capacidade de proteção da CoronaVac contra todos os casos, deve ser divulgada em coletiva de imprensa na tarde desta terça (12). A informação foi dada em entrevista à Globo News na manhã desta segunda (11).
“Esses dados que nós chamamos de eficácia global estão em posse do Butantan e da agência reguladora, a Anvisa, e dessa maneira saberemos todos amanhã essa informação que é de fundamental importância para que nós possamos inseri-la inclusive nas próprias campanhas [de vacinação]”, afirmou o secretário.
Falta de dados de eficácia da CoronaVac
Embora a eficácia de 78% para casos leves e de 100% para moderados e graves tenha sido anunciada na coletiva de imprensa dada em 07 de janeiro, um dia antes do pedido de uso emergencial ser encaminhado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ainda faltam dados dos testes de fase 3 da CoronaVac.
No sábado (09), a Anvisa informou que a documentação entregue pelo Instituto Butantan estava incompleta. O Butantan disse que respondeu prontamente para dar seguimento ao pedido de uso emergencial da vacina e o governo de São Paulo viu com estranheza a requisição da Anvisa.
“Mesmo com a solicitação de falta, o Butantan retornou ao envio, garantindo essa análise no tempo que foi instituído. Porém, causa estranheza, mesmo que por uma segunda vez, esse material tenha sido enviado pelas equipes científicas. Por que eu reforço isso? Por que o Butantan é centenário e tem uma expertise altíssima nos protocolos e principalmente de vacina junto com a Anvisa”, afirmou Gorinchteyn.
Análise do pedido de uso emergencial não deve atrasar
Em nota divulgada nesta segunda (11), o Butantan deu detalhes sobre o status atual do pedido de uso emergencial da CoronaVac encaminhado à Anvisa e disse que não deve haver atraso no prazo inicial de 10 dias dado pela Anvisa para analisar a solicitação. Dessa forma, o estado de São Paulo mantém o plano de começar a campanha de vacinação dia 25 de janeiro.
“O instituto já concluiu quase 40% de todo o processo, segundo a mais recente atualização do processo realizada nesta manhã, e segue avançando. O fato da Anvisa solicitar mais informações, que estão sendo prontamente atendidas pelo Butantan, não afeta o prazo previsto para autorização de uso do imunobiológico”.