Milhões de consumidores que pagam conta de luz no país receberam uma grande notícia nesta semana. A saber, a tarifa de energia elétrica ficará mais barata a partir desta quinta-feira (4), após aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relação à revisão da tarifa de eletricidade.
A decisão se refere a São Paulo e beneficiará cerca de 7,93 milhões de unidades consumidoras em 38 municípios do estado paulista. A propósito, a Enel São Paulo atua na distribuição de energia elétrica na capital paulista e em parte da região metropolitana do estado.
Reajuste médio será de 2,43%
Em resumo, o reajuste médio será de 2,43%. Isso quer dizer que os consumidores residenciais e as grandes empresas irão pagar um pouco mais barato em suas contas de luz. Esse reajuste médio aprovado se refere a todos os consumidores da distribuidora. Contudo, cada segmento terá um reajuste específico.
Veja abaixo a taxa de cada um deles, que entrará em vigor nesta quinta-feira (4):
- Residências: -2,11%;
- Grandes empresas: -3,52%.
Em suma, as grandes empresas, como as indústrias e grandes comércios, são os consumidores atendidos em média e alta tensão. Por sua vez, os consumidores conectados à baixa tensão, como os residenciais e as pequenas empresas, tiveram um reajuste um pouco menor.
“A redução nas tarifas da Enel SP é explicada, principalmente, pela queda nos custos com os encargos setoriais (-1,32%) e aquisição de energia (-1,06%). A parcela da tarifa que é repassada à distribuidora (chamada parcela B) também caiu (-0,24% em média) e contribuiu diretamente para a redução no valor total das tarifas aos consumidores“, explicou a Aneel, em nota.
Cabe salientar que as distribuidoras de energia elétrica do país promovem reajustes todos os anos, e essas variações dependem de cada distribuidora. A Aneel pode aprovar esses reajustes, mas também pode revê-los, caso tenham uma variação mais intensa do que deveriam, superando significativamente a inflação do período, no caso de aumento no valor da conta de luz.
Veja o impacto do barateamento da conta de luz
Para quem não sabe, o valor final da conta de energia não se refere apenas à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Existem outras variáveis que compõem os valores repassados à população, como:
- Impostos;
- Subsídios;
- Taxas que custeiam políticas públicas;
- Ineficiências do setor elétrico.
A Aneel ressalta que a Enel São Paulo não gerencia parte dos custos, como impostos, encargos setoriais e custos de geração e transmissão de energia. Portanto, o valor da tarifa de energia elétrica se constitui tanto pelos reajustes propostos pela distribuidora, quanto por taxas e impostos que vigoram em todo o país.
“É importante esclarecer que, em uma fatura de energia no valor de R$ 100, somente R$ 22,7 são destinados à Enel Distribuição São Paulo para operação, expansão, manutenção da rede de energia e para remuneração dos investimentos. Os demais itens são custos não gerenciados pela companhia e repassados às empresas de geração, transmissão e aos governos estadual e federal“, disse a Aneel.
Veja a nova bandeira tarifária de julho
Nos últimos anos, a população brasileira se acostumou a não pagar taxas extras na conta de luz, além das que já regularmente cobradas. Contudo, a situação mudou em julho com a alteração da bandeira tarifária, que agora passará a promover cobrança extra no país.
Em suma, a Aneel não manteve a bandeira tarifária verde em vigor no país em julho, algo que aconteceu entre abril de 2022 e junho deste ano. A saber, essa bandeira alivia o bolso dos brasileiros, visto que não promove cobranças extras na conta de luz.
Entretanto, em julho, a Aneel decidiu adotar a bandeira amarela para julho devido às “condições menos favoráveis para geração de energia no país“. A decisão pegou os brasileiros de surpresa, até porque a população já estava acostumada com a bandeira verde, que estava em vigor há mais de dois anos seguidos.
“Com esse acionamento, as tarifas dos consumidores serão acrescidas em R$ 1,885 a cada 100 kW/h consumidos“, informou a entidade. Esse valor foi aprovado pela Aneel em março deste ano, “quando houve?redução de 37% do valor da bandeira amarela, caindo de R$ 2,989/KWh para R$ 1,885/KWh“, acrescentou.
Por que a Aneel adotou a bandeira AMARELA?
No primeiro semestre de 2024, as notícias foram muito positivas para os consumidores, que não precisaram pagar valores extras nas contas de luz. Contudo, no primeiro mês do segundo semestre, a bandeira já perdeu espaço para a amarela devido às condições pouco positivas para os próximos meses.
“A bandeira amarela foi acionada em razão da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano (em cerca de 50%) e pela expectativa de crescimento da carga e do consumo de energia no mesmo período. Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais“, explicou a Aneel.
A entidade alertou que o acionamento da bandeira amarela evidencia a importância da vigilância dos brasileiros em relação ao “uso responsável da energia elétrica“.
“A orientação é para utilizar a energia de forma consciente e evitar desperdícios que prejudicam o meio ambiente e afetam a sustentabilidade do setor elétrico como um todo. A economia de energia é essencial para a preservação dos recursos naturais“, disse a Aneel.
Por fim, vale destacar que a Aneel leva em consideração a situação energética do país para definir a bandeira do mês seguinte. Em síntese, a bandeira amarela poderá seguir em vigor no país nos próximos meses, a depender principalmente da situação dos reservatórios das hidrelétricas, principais geradoras de energia elétrica no Brasil.