Os consumidores de quatro estados brasileiros precisam rever suas receitas para se adequarem às novas tarifas de energia elétrica. Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)0, aprovou reajustes de até 12% nas contas de luz destes locais.
Em resumo, a notícia parece bastante preocupante, mas não totalmente. Na verdade, um dos reajustes foi negativo, ou seja, a conta de luz ficou mais barata para milhões de consumidores. No entanto, os outros reajustes seguiram a direção oposta e resultaram no encarecimento da tarifa de energia elétrica.
De acordo com um levantamento realizado pela “Infomoney”, os novos valores da conta de luz, já em vigor no país, estão impactando 8,2 milhões de unidades consumidoras em 148 cidades. Isso quer dizer que quase 20 milhões de pessoas, ou 9% da população do Brasil, terá que reajustar as finanças às novas tarifas.
Reajustes na CPFL Santa Cruz
A saber, o maior reajuste aprovado pela Aneel foi de +12,67%, aprovado para consumidores de alta tensão da CPFL Santa Cruz. Em suma, essa distribuidora atende 496 mil unidades consumidoras em 45 cidades, das quais 39 estão no interior de São Paulo, três em Minas Gerais e três no Paraná.
Como a energia elétrica de cada unidade consumidora pode atender várias pessoas, ou mesmo um comércio ou uma empresa, o reajuste da Aneel deverá atingir mais de 1 milhão de pessoas. Em outras palavras, a conta de luz mais cara já é uma realidade para todos os moradores das cidades atendidas pela CPFL Santa Cruz.
Vale destacar que o reajuste médio aprovado foi de 9,02% e se refere a todos os consumidores da distribuidora. Contudo, cada segmento terá um reajuste específico. Veja abaixo a taxa de cada um deles, que estão em vigor desde dia 22 de março:
- Grandes empresas: +12,67%;
- Residências: +6,85%.
As grandes empresas, como as indústrias, são os consumidores atendidos em alta tensão. Por sua vez, os consumidores conectados à baixa tensão, como os residenciais, tiveram um reajuste quase duas vezes menor que o das grandes empresas.
Vale destacar que as distribuidoras de energia elétrica do país promovem reajustes todos os anos, e essas variações dependem de cada distribuidora. No caso da CPFL Santa Cruz, o reajuste não foi maior graças à devolução integral de créditos de PIS/Cofins, que reduziu a tarifa em 3,40%, e ao repasse da privatização da Eletrobras, de -2,81%.
Conta de luz mais cara com a Light
Outra distribuidora que também elevou a tarifa de energia elétrica foi a Light. Em síntese, a empresa atende 2,7 milhões de unidades consumidoras em 37 cidades do Rio de Janeiro, inclusive na capital. Contudo, a empresa afirmou que possui 4,3 milhões de contratos ativos e que fornece energia para cerca de 11,6 milhões de pessoas.
Seja como for, o reajuste médio aprovado pela Aneel em relação à Light foi de 7,00%, referindo-se a todos os consumidores da distribuidora no Rio de Janeiro. O reajuste de cada segmento foi o seguinte:
- Consumidores de alta tensão: +6,03%;
- Consumidores de baixa tensão: +7,47%.
O reajuste nas contas de luz para os consumidores residenciais ficou em 7,40%. Aliás, todos estes reajustes estão em vigor no estado fluminense desde o dia 15 de março.
Reajuste na Enel Rio de Janeiro
Embora os consumidores atendidos pelas distribuidoras já citadas não tenham recebido uma boa notícia, a situação com a Enel Rio de Janeiro foi um pouco mais positiva. Isso porque a distribuidora teve um reajuste médio de 3,28%, duas vezes menor que a taxa da Light e quase três vezes inferior ao reajuste da CPFL Santa Cruz.
Em resumo, a distribuidora atende três milhões de unidades consumidoras em 66 cidades do Rio de Janeiro. A Enel concentra 73% da concessão no território fluminense, atingindo mais de 7,1 milhões de pessoas, segundo a companhia, que também tem concessões em São Paulo e no Ceará.
O reajuste médio aprovado pela Aneel ficou mais baixo graças aos consumidores de alta tensão, cuja taxa ficou negativa em 2023. Por outro lado, os consumidores de baixa tensão sofreram com o aumento dos preços a partir de 15 de março. Veja abaixo o reajuste de cada segmento:
- Consumidores de alta tensão: -4,91%;
- Consumidores de baixa tensão: +6,18%.
Já os consumidores residenciais tiveram um aumento de 6,01% nas contas de luz. A Enel explicou que o reajuste nas tarifas tem o objetivo de custear os investimentos e a operação da distribuidora no Rio de Janeiro.