Devido à recuperação dos níveis dos reservatórios das principais hidrelétricas, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a abertura de uma consulta pública nesta terça-feira (22). A proposta é diminuir os valores das bandeiras tarifárias amarela e vermelhas 1 e 2, o que deixará a conta de luz mais barata.
Essa decisão foi tomada como parte de um procedimento rotineiro de atualização dos valores, que ocorre anualmente. Devido ao aumento nas chuvas, que possibilitou o aumento dos níveis dos reservatórios, os boletos de energia têm mostrado a bandeira verde nos últimos meses, o que significa que não há cobrança adicional para o consumidor. A agência prevê que a bandeira verde continuará presente até o final do ano, com a conta de luz mais barata.
O que são bandeiras tarifárias
As bandeiras tarifárias são um mecanismo criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para sinalizar aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica. O sistema é baseado em três bandeiras: verde, amarela e vermelha, que indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade.
- Bandeira verde – Condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
- Bandeira amarela – Condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre um acréscimo de R$ 2,989 para cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha – Patamar 1 – Condições mais custosas de geração. A tarifa sofre um acréscimo de R$ 6,50 para cada 100 kWh consumidos;
- Bandeira vermelha – Patamar 2 – Condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre um acréscimo de R$ 9,795 para cada 100 kWh consumidos.
A bandeira tarifária é calculada com base nos custos de geração de energia elétrica, que são influenciados por fatores como:
- Preço do combustível;
- Disponibilidade de chuvas;
Quando os custos de geração são elevados, a bandeira vermelha é acionada, o que significa que os consumidores pagam um valor adicional pela energia consumida.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para incentivar os consumidores a economizar energia elétrica. Quando a bandeira vermelha está acionada, os consumidores podem tomar medidas para reduzir o consumo de energia, como desligar aparelhos elétricos que não estão sendo usados e tomar banhos mais curtos.
A bandeira tarifária é aplicada a todos os consumidores de energia elétrica, independentemente do tipo de contrato ou da distribuidora. A informação sobre cobrança é divulgada mensalmente pela Aneel e pelas distribuidoras de energia elétrica.
Aneel atualizará cobrança e a conta de luz ficará mais barata
A proposta de atualização da cobrança adicional das bandeiras tarifárias sugere reduções significativas nos valores. A bandeira amarela pode sofrer um decréscimo de 36,9%, caindo de R$ 2,989 para R$ 1,885 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.
A bandeira vermelha 1, caso a análise técnica seja confirmada, terá uma diminuição de 31,3%, passando de R$ 6,50 para R$ 4,463 por 100 kWh. Por fim, a bandeira vermelha 2 pode ser reduzida em 19,6%, de R$ 9,795 para R$ 7,877 por 100 kWh.
A metodologia de cálculo das bandeiras tarifárias incorpora diversos fatores, incluindo a variação dos custos com o risco hidrológico (GSF), que é o déficit de geração das hidrelétricas durante períodos de seca intensa. Além disso, há o acionamento de usinas termelétricas, encargos relacionados à contratação de energia de reserva, bem como os limites mínimo e máximo do preço da energia comercializada no mercado de curto prazo (MCP).
A bandeira verde, como todos sabem, não implica em custos adicionais para os consumidores. Mas, a diretoria da Aneel sinalizou também a possibilidade de um “alívio tarifário” nos ajustes tarifários das distribuidoras durante este ano. Isso resultaria em uma redução no custo médio da energia, de R$ 192,25 para R$ 77,13 por megawatt-hora (MWh).
Os novos valores das bandeiras tarifárias serão discutidos com o setor no período entre amanhã (23) e 6 de outubro, durante o processo de consulta pública aprovado pela Aneel.