Nesta sexta-feira (28), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve anunciar a bandeira tarifária referente ao mês de junho. Isso pode deixar sua conta de luz mais cara, mas você sabe o porquê? Isso ocorre porque, com o menor volume de chuva em mais de 90 anos e os reservatórios das principais hidrelétricas nos menores níveis desde o apagão de 2001.
Então, o governo se viu obrigado a acionar grandes volumes da energia de reserva do sistema brasileiro, fornecida basicamente por termelétricas, que tem um custo maior de geração. Isso é repassado na sua conta de luz, através da taxa extra, chamada de bandeira tarifária.
Como funciona a bandeira tarifária?
Primeiramente, foi o supermercado, depois os combustíveis e, mais recentemente, o botijão de gás. Agora o brasileiro precisa se preparar para o próximo aumento de preço: a conta de luz. Isso se deve pela falta de chuvas neste ano, e, por isso, mais térmicas estão tendo que ser acionadas, por um tempo maior do que o previsto.
Vale ressaltar que as geradoras também estão pagando mais caro na produção, já que, o preço da gasolina e do botijão de gás, também subiram. Isso influencia diretamente no sistema de bandeiras tarifárias brasileiro. Quando a situação piora, temos a adição da bandeira vermelha com maiores taxas extras sobre a conta de luz
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 e usa as cores verde, amarelo e vermelho para indicar as condições da energia no país. A bandeira verde é usada para indicar quando estão boas, e a conta de luz não tem taxa extra. Quando as condições estão menos favoráveis, a bandeira amarela é acionada e há cobrança de taxa.
Desde o começo de maio, estamos com a bandeira vermelha, e ela deve permanecer vigente até o fim do ano. Isso pode significar até nove meses de conta de luz mais cara (de maio a dezembro) neste ano. O normal é que a bandeira vermelha seja acionada por até quatro ou cinco meses, como foi em 2018 e 2019 (em 2020, as bandeiras foram suspensas pela pandemia).
Quanto isso vai valer em reais na conta de luz?
A bandeira vermelha 1, em vigor neste mês, adiciona R$ 4,17 a uma conta de kWh. Como o consumo médio por domicílio no Brasil é de 160 kWh por mês, são R$ 6,67 a mais numa conta de luz básica.
A bandeira vermelha 2, que é ainda mais cara e é prevista já para junho, adiciona R$ 6,24 por cada 100 kWh, ou seja, R$ 10 a mais na média por residência. Ainda há a bandeira amarela, intermediária (R$ 1,34 por 100 kWh), e a verde usada nos meses de boas condições de energia e sem taxa extra na conta de luz.
Os próximos reajustes anuais das distribuidoras com previsão para o segundo semestre e o próximo ano, também devem ficar mais altos que o normal. Segundo Carlos Schoeps, diretor da consultoria em energia Replace: “Nos últimos anos muitos desses reajustes ficaram entre 3% e 4%.
No ano que vem, certamente deve ser mais alto que isso e mais do que a inflação”. Com isso, o preço da conta de luz dos brasileiros pode ser ainda mais impactada. Com a perspectiva de inflação em diversos segmentos, os brasileiros podem sentir a queda no poder de compra em seus salários, que não crescem na mesma proporção.