Consumo nos lares do país cresce 1,98% no 1º trimestre de 2023
O consumo nos lares brasileiros cresceu 1,98% no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado. Isso quer dizer que as famílias do país aumentaram o volume de compras no início deste ano, apesar das dificuldades observadas no país.
O resultado ficou positivo, em grande parte, graças ao saldo de março. Em resumo, o consumo cresceu 7,29% em relação a fevereiro, principalmente por causa do menor número de dias no segundo mês do ano.
Já em relação a março de 2022, houve um crescimento de 4,58%. Isso mostra que o saldo positivo em março deste ano reflete a melhora das condições de consumo no país, uma vez que o resultado foi melhor que o observado no mesmo mês de 2022.
Os dados fazem parte do Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em síntese, o levantamento da Abras contempla os seguintes formatos de loja:
- Atacarejo;
- Supermercado convencional;
- Loja de vizinhança;
- Hipermercado;
- Minimercado;
- E-commerce.
Os indicadores da Abras descontam a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A propósito, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.
Veja a variação da inflação em março
Em março de 2023, o IPCA subiu 0,71%, após alta de 0,84% no mês anterior. Em outras palavras, os consumidores do país tiveram que pagar um pouco mais caro, uma vez que o termo inflação se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços.
Segundo o IBGE, o que mais impulsionou a inflação no país foi o grupo de transportes, que recebeu grande influência da gasolina, cujos preços saltaram 8,33% no país.
A saber, o Governo Federal retomou a cobrança do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol no país no início deste mês. Assim, a inflação acabou se fortalecendo e pesou de maneira mais intensa no orçamento das famílias. Contudo, mesmo com o aumento dos preços, o consumo dos brasileiros cresceu no início de 2023.
Já em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, variou 0,57%, após alta de 0,69% em março.
No mês, o grupo transportes também exerceu o maior impacto no indicador, impulsionado mais uma vez pela gasolina. Contudo, a alta dos preços (+3,47%) foi bem menor que a de março.
O etanol hidratado, que também voltou a ter a incidência do PIS/Cofins, ficou mais caro tanto em março (+3,20%), quanto em abril (+1,10%). Aliás, assim como aconteceu com a gasolina, a alta ficou menos intensa na passagem dos meses.
Inflação desacelera e impulsiona consumo
O vice-presidente da Abras, Marcio Milan, citou alguns fatores como responsáveis pelo aumento do consumo nos lares brasileiros nos três primeiros meses de 2023. De acordo com ele, as três principais razões foram o pagamento de benefícios sociais, o reajuste do salário mínimo e a desaceleração da inflação.
“Os três primeiros meses trouxeram um certo alívio para o bolso dos consumidores com uma menor pressão da inflação sobre a cesta de alimentos, diferentemente do que ocorreu no mesmo trimestre do ano passado em que se registrou a escalada dos preços das principais commodities no mercado internacional com a invasão da Ucrânia pela Rússia”, explicou.
“O aumento nos custos dos insumos para produção de alimentos e proteína animal, nos preços dos combustíveis e no frete acabaram refletindo nas gôndolas dos supermercados de forma intensa naquele período”, acrescentou Milan.
No caso do pagamento de benefícios sociais, destaca-se o valor do Bolsa Família, que continuou turbinado em 2023, pagando, em média, R$ 600 por família. Além disso, o governo Lula iniciou o pagamento adicional de R$ 150 para cada criança com até seis anos de idade. Isso também ajudou a elevar o consumo no país em março.
Outro fator que também contribuiu para o resultado positivo no trimestre foi o reajuste de 7,42% do salário mínimo para mais de 60 milhões de pessoas.
Aliás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu um novo reajuste no piso nacional, que começa a valer a partir do dia 01/05/2023, com o salário mínimo passando de R$ 1.302 para R$ 1.320.
Tudo isso sem contar com a liberação do resgate do PIS/Pasep, de fevereiro a dezembro deste ano, promovida pelo Governo Federal. Com isso, os trabalhadores do país tiveram mais recursos para aumentarem o consumo no país.