Eu fiz, eu faço, eu farei. Qual a diferença entre essas três orações? Se você respondeu o tempo em que as ações ocorreram, você acertou. E se você acertou deve ter percebido que usamos o verbo para indicar o tempo em que a ação de fazer ocorreu. Neste texto, iremos estudar os tempos verbais: pretérito, presente e futuro. Mas primeiro, vamos ver o que é verbo.
Verbos são palavras que expressam ação, estado, mudança de estado e fenômenos naturais, situando-os em um determinado tempo. Os verbos podem também ser flexionados em pessoa (1ª, 2ª e 3ª), número (singular e plural), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e tempo (pretérito, presente e futuro).
Tempos verbais
Os tempos verbais são divididos conforme o modo (indicativo ou subjuntivo) em que o verbo é conjugado. Veja a seguir todos os tempos em que podemos conjugar um verbo na língua portuguesa:
Tempos do indicativo
O modo indicativo transmite a ideia de certeza. Serve para afirmar que uma ação aconteceu, acontece ou acontecerá. O indicativo possui seis tempos verbais, são eles:
Presente: indica uma ação praticada no momento em que se fala ou uma ação que se repete ou perdura.
Ex.: corro, ando, moro, corre, faz, chove, é.
João corre todas as manhãs.
Pretérito perfeito: indica uma ação completamente concluída no passado.
Ex.: corri, andei, estudei, estudou, correu, fez, choveu, foi, caiu.
João estudou ontem de manhã.
Pretérito imperfeito: indica uma ação não concluída no passado, ou uma ação que era rotineira, habitual, contínua.
Ex.: corria, andava, chorava, fazia, era, chovia, morava.
Pedro nadava todas as manhãs.
Pretérito mais-que-perfeito: indica uma ação que ocorreu no passado antes de outra ação também no passado.
Ex.: correra, chorara, fizera, comprara, estudara.
Quando eu cheguei em casa, meu pai já fizera o almoço.
Perceba que nesse período temos dois verbos no passado, cheguei e fizera, e que a forma verbal fizera indica que a ação de fazer ocorreu antes da ação de chegar. Portanto, fizera está no pretérito mais-que-perfeito.
Futuro do presente: indica uma ação que ocorrerá no futuro.
Ex.: correrei, farei, fará, correrá, estudaremos, faremos, farão, chegarão.
Farei meu dever assim que chegar em casa.
Futuro do pretérito: indica uma ação que ocorreria no passado, desde que que outra ação houvesse acontecido. Geralmente, o futuro do pretérito se refere a algo que não vai acontecer, porém afirma-se que essa ação ocorreria caso uma condição para sua realização fosse atendida.
Ex.: faria, estudaria, faríamos, estudaríamos, choveria, seria, compraria.
Eu compraria um carro novo se tivesse dinheiro.
Perceba que a ação de comprar depende da condição de ter dinheiro.
Tempos do subjuntivo
O modo subjuntivo transmite a ideia de dúvida, possibilidade ou hipótese. Usamos o subjuntivo quando não temos certeza se algo aconteceu, acontece ou acontecerá. O modo subjuntivo possui três tempos, são eles:
Presente: indica um fato duvidoso no presente. Pode também ser usado para expressar um desejo. Geralmente é acompanhado de expressões que denotam a ideia de dúvida.
Ex.: corra, faça, chore, andemos, façamos, chova, seja.
Talvez eu assista ao filme mais tarde.
Pretérito imperfeito: indica uma ação incerta ou improvável, ou algo que poderia ter ocorrido.
Ex.: corresse, andasse, chorasse, fizesse, fizéssemos, andássemos, estudássemos.
Se Felipe estudasse mais, passaria de ano.
Futuro: indica algo que pode ocorrer no futuro, mas que não se tem certeza se vai ocorrer o quando ocorrerá.
Ex.: correr, fizer, andar, chover, estudar, estiver.
Se eu puder, irei à sua festa.
Tempos compostos
Além dos tempos verbais vistos acima, que são denominados simples por serem compostos por apenas uma forma verbal, temos também os tempos compostos, formados por mais de uma forma verbal, que na gramática chamamos de locução verbal. Os tempos compostos existentes na língua portuguesa são:
Tempos compostos do indicativo
Pretérito perfeito: é formado pelo presente do indicativo do verbo auxiliar + o particípio do verbo principal.
Ex.: tenho feito, tenho estudado, tenho andado.
Daniela tem estudado bastante ultimamente.
Pretérito mais-que-perfeito: é formado pelo pretérito imperfeito do indicativo do verbo auxiliar + o particípio do verbo principal.
Ex.: tinha falado, havia falado, tinha feito, havia feito.
Quando cheguei em casa, meu pai já tinha feito o almoço.
Futuro do presente: é formado pelo futuro do presente do indicativo do verbo auxiliar + o particípio do verbo principal.
Ex.: terá feito, terá falado, terei comprado, terão feito.
Quando eu chegar em casa, meu já terá feito o almoço.
Futuro do pretérito: é formado pelo futuro do pretérito do verbo auxiliar + o particípio do verbo principal.
Ex.: teria falado, teria feito, teria comparado, teria estudado.
Se não estivesse passando mal, Pedro teria trabalhado hoje.
Tempos compostos do subjuntivo
Pretérito perfeito: é formado pelo presente do subjuntivo do verbo auxiliar + o particípio do verbo principal.
Ex.: tenha falado, tenha feito, tenha comprado.
Talvez eu tenha falado a verdade.
Pretérito mais-que-perfeito: é formado pelo pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo auxiliar + o particípio do verbo principal.
Ex.: tivesse comprado, tivesse feito, tivesse estudado, tivesse trabalhado.
Se eu tivesse estudado mais, teria hoje uma condição melhor de vida.
Futuro do presente: é formado pelo futuro do subjuntivo do verbo auxiliar + o particípio do verbo principal.
Ex.: tiver falado, tiver comprado, tiver feito, tiver estudado.
Se Afonso tiver feito o trabalho, passará de ano.
Você viu neste texto todos os tempos verbais que existem em português, tanto os da forma simples (formados por apenas um verbo), quanto os da forma composta (formados por locuções verbais).