Muitas pessoas têm moedas raras guardadas na carteira, mas nem sabem que essas peças podem valer verdadeiras fortunas. Nos últimos tempos, a busca por exemplares incomuns cresceu no Brasil, e hoje em dia é bem fácil encontrar conteúdo desse universo na internet, com pessoas dispostas a pagarem caro por diversos modelos aparentemente comuns.
Em resumo, o universo da numismática vem atraindo milhares de brasileiros. A saber, o termo se refere ao estudo, pesquisa e especialização em cédulas, moedas e medalhas sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico. Além disso, o nome caracteriza o ato de colecionar estes itens.
O assunto pode até parecer estranho para muitos brasileiros, que não entendem como uma moeda pode valer centenas de reais, por exemplo. Contudo, existem diversas características que aumentam o valor de uma moeda. Leia o texto e descubra por que isso acontece.
Características incomuns valorizam moedas
No Brasil, diversas pessoas gostam de colecionar itens, e as moedas estão se tornando um objeto bastante popular para essa prática. Em linhas gerais, os colecionadores veem os objetos colecionados como algo importante, e muitas vezes mantêm uma relação muito próxima com os itens.
Isso também acontece com as moedas, e algumas características atraem os numismatas, que veem um valor bem maior nas peças do que a população. Por isso que o valor de diversos itens dispara e surpreende as pessoas, pois o valor monetário da moeda não influencia diretamente o seu valor real para os colecionadores.
Em suma, os modelos se valorizam com o tempo devido a algumas características que tornam os tornam incomuns, com destaque para:
- Moedas produzidas para datas ou eventos comemorativos;
- Modelos com erro de cunhagem;
- Tiragem limitada;
- Antiguidade das peças;
- Estado de conservação.
Quanto mais difícil for a aquisição da moeda, mais valiosa ela tende a ser. Por isso que as peças que acumulam mais de uma peculiaridade chegam a valer muito dinheiro no país. Esse é o caso de uma moeda comemorativa de 1 real, cujo valor real pode chegar a R$ 550.
Conheça a moeda comemorativa de 1 REAL
No Brasil, a Casa da Moeda fabrica o dinheiro conforme os pedidos feitos pelo Banco Central. Em algumas ocasiões, como datas comemorativas e momentos de celebração, o BC costuma solicitar a fabricação exclusiva e limitada de alguns exemplares.
Em 1998, para celebrar os cinquenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o BC lançou uma moeda alusiva a esse grande marco histórico. Houve a fabricação de apenas 600 mil unidades, tiragem considerada muito baixa para o modelo, que costuma ter centenas de milhões de unidades produzidas anualmente.
A moeda comemorativa possui as seguintes características, segundo o BC:
- No anverso, “motivo composto com figura humana, representativa do logomarca oficial do evento, e o globo terrestre“;
- O anel dourado apresenta as legendas ‘CINQUENTENÁRIO’ e ‘DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS’;
- No reverso, permanece o padrão da moeda de R$ 1, com o valor de face ‘1 REAL’ e a era ‘1998’.
‘Moeda dos Direitos Humanos’ pode valer até R$ 550
No país, os catálogos de moedas listam diversos modelos que possuem características específicas, informando o valor de cada item. Essas publicações vêm ganhando mais popularidade nos últimos tempos, e sua procura tem aumentado no país, figurando como itens importantes tanto para os colecionadores quanto para as pessoas que vendem peças raras.
De acordo com o Catálogo Ilustrado Moedas com Erros, a peça de 1 real dos 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos possui os seguintes valores, conforme o seu estado de conservação (sabia mais sobre o tema abaixo):
- Flor de cunho: R$ 550;
- Soberba: R$ 350;
- MBC: R$ 220.
Cabe salientar que os preços apresentados em catálogos servem como uma base para as negociações, mas não determinam o valor de cada moeda. Isso porque o comprador pode achar justo pagar mais caro pelo item, mas também pode oferecer um valor inferior ao apresentado em catálogos.
Estado de conservação influencia valor das peças raras
As moedas recebem algumas classificações quanto ao seu estado de conservação. O primeiro termo se chama flor de cunho (FC), que se refere aos exemplares que não circularam, ou seja, não apresentam qualquer sinal de desgaste ou manuseio. Em outras palavras, são moedas que não possuem marcas e estão em perfeito estado de conservação.
Por sua vez, o estado de soberba (S) se refere às moedas que apresentam, aproximadamente, 90% dos detalhes da cunhagem original. Em síntese, os exemplares que tiveram uma pequena circulação se enquadram neste segmento.
Já a moeda muito bem conservada (MBC) se caracteriza por ter mais sinais de manuseio e uso. Os itens devem apresentar, aproximadamente, 70% dos detalhes da cunhagem original. Além disso, o seu nível de desgaste deve ser homogêneo, sem ter um local bem mais desgastado que outro.
De acordo com especialistas, as pessoas devem manter as moedas armazenadas em saquinhos plásticos ou papel filme e não devem manuseá-las com as mãos nuas. O mais indicado é utilizar luvas para que não haja desgaste do material, pois as moedas que mantêm suas formas originais costumam valer bem mais que os modelos gastos.