Moedas antigas podem ser encontradas no Brasil a qualquer momento por qualquer pessoa. Mesmo que tais peças não estejam mais em circulação, centenas de milhares delas ainda estão sendo procuradas por colecionadores em todo o território nacional. Em alguns casos, elas podem valer muito dinheiro.
Mas estas peças não possuem um valor único. De acordo com especialistas, o valor de uma moeda rara varia de acordo com uma série de pontos, como as condições de cunhagem, o estado de conservação, e principalmente a tiragem, ou seja, a quantidade de exemplares que foram postas em circulação na época.
A moeda rara de 1935
Neste sentido, cabe lembrar a situação da moeda de 500 réis do ano de 1935, que faz uma homenagem ao regente Feijó. Trata-se de uma peça que contou com apenas 14 mil unidades sendo postas em circulação naquele determinado ano. Estamos falando de uma das tiragens mais baixas da história monetária do Brasil.
Abaixo, você pode conferir as principais características da peça
- Plano Monetário: Padrão Réis (1922 – 1942);
- Período: República – Era Vargas;
- Casa da Moeda: Rio de Janeiro;
- Diâmetro: 22.5mm;
- Peso: 5gr;
- Metal: Bronze-Alumínio;
- Borda: Serrilhada;
- Reverso: Medalha;
- Moeda Desmonetizada;
- Desenho do Anverso: Busto do Regente do Império Diogo António Feijó circundado pela inscrição REGENTE FEIJÓ. Em baixo, monograma do gravador Calmon Barreto;
- Desenho do Reverso: Coluna coríntia abaixo do dístico ‘BRASIL’ entre dois traços. Valor de face e sístico RÉIS. No exergo, a data e a sigla do gravador Walter Toledo.
Os valores
Abaixo, você pode conferir os valores atualizados da moeda de 500 réis do ano de 1935, considerando os catálogos numismáticos mais atualizados. Confira:
MBC | SOBERBA | FLOR DE CUNHO |
R$ 600,00 | R$ 1 mil | R$ 1.800 |
A tabela acima considera os valores para as moedas que não possuem nenhum defeito de cunhagem. Assim, se você encontrar uma peça de 500 réis do ano de 1935 saiba que você encontrou um exemplar muito raro, e poderá ganhar muito dinheiro com ele.
Por que esta moeda é tão rara?
Mas afinal de contas, por que esta peça de 500 réis do ano de 1935 é considerada tão rara? Por que apenas 14 mil exemplares foram postos em circulação? De acordo com relatos históricos da Casa da Moeda, o exemplar em questão deixou de ser produzido por problemas de cunhagem.
Na época, a peça de 1935 pesava uma grama a menos em comparação com as demais. Esta característica fazia com que a peça fosse mais cara de ser produzida. Veja o relato da época:
“O diretor da Casa da Moeda, tendo em vista a necessidade de atender as exigências do nosso meio circulante, acaba de propor a criação de uma nova moeda divisionária, de nikel, do valor de 300 réis, e, também ligeiras alterações no peso e no diâmetro das moedas de 500 e de 400 réis”, disse a Casa Moeda em 1935
“Nessa exposição a que nos referimos a Casa da Moeda explica que a moeda de bronze alumínio de 500 réis, devido a sua excessiva tenuidade, provoca a ruptura dos cunhos, o que diminui consideravelmente a produção e encarece o custo. A aumento de uma grama ao peso do respectivo disco obviaria os inconvenientes apontados, conforme experiências já feitas”, completa.
A Sociedade Numismática brasileira também falou sobre o assunto recentemente:
“Por conta dessa solicitação, e por já terem feitos testes, já no ano seguinte a moeda sofreu uma alteração de seu peso passando de 4 para 5 gramas, manteve o seu diâmetro de 22,5mm e alterou sua espessura de 1,5 mm para 1,80mm, contudo, pela dificuldade na cunhagem no ano de 1935 somente 14 mil moedas foram cunhadas de 500 réis de Regente Feijó a tornando mais escassa”, diz a SNB.
Os réis
Os réis foram as primeiras moedas da história do Brasil, e começaram a ser usadas ainda no período de colonização até poucas décadas atrás. Na chegada dos portugueses, não existiam moedas no Brasil, e o comércio era realizado basicamente em um sistema de trocas de produtos.
Com o avanço da colonização, e consequentemente do comércio, o Brasil começou a ter o mesmo padrão monetário do Portugal: o real. Os reais, plural do real, acabaram sendo popularizados como réis, nome que acabou funcionando oficialmente por centenas de anos.