Um ciclone de caráter extratropical já é de antemão um fenômeno que gera preocupação para milhões de pessoas. O temor, no entanto, tende a ser maior entre os cidadãos que residem, ou mesmo trabalham, na proximidade de algum rio. Com as fortes chuvas, há sempre uma chance de aumento no nível da água, o que por sua vez pode causar destruições na região.
Quem reside em algumas cidades do Rio Grande do Sul sabe bem do que estamos falando. Conviver com o medo de aumento do nível das águas está virando rotina. Entre esta quarta-feira (13) e a quinta-feira (14), um novo ciclone extratropical se formou na costa do estado. O fenômeno vem causando destruições por onde passa.
As relatos mais recentes de meteorologistas indicam que este novo ciclone extratropical está focalizado no Oceano Atlântico e não deve mais voltar ao continente. De todo modo, a expectativa é que durante as próximas horas, todo o litoral do Rio Grande do Sul registre uma grande quantidade de ventos.
A situação dos rios
Diante deste risco, a agência de análise MetSul decidi divulgar um detalhamento dos rios considerados de maior risco dentro de um contexto de aumento na quantidade de ciclones. A ideia é que os cidadãos entendam quais são as regiões mais perigosas neste momento.
De acordo com a análise, a lista de rios de maior risco do Rio Grande do Sul hoje incluem: Quaraí, Ibirapuitã, Camaquã, Jaguarão, Santa Maria, Vacacaí, Ibicuí, Jacuí (entre o Centro do estado e a cidade de Porto Alegre), Pardo, Pardinho, Sinos e Gravataí.
“O aviso inclui o Lago Guaíba que subiu muito nas últimas horas e atingiu no começo da manhã de hoje quase 2,70 metros no Cais Mauá, o terceiro nível mais alto desde a enchente de 1941. O vento Sul acaba por gerar represamento das águas no Norte da Lagoa dos Patos e eleva o nível do Guaíba”, diz o MetSul.
Volumes de chuva
A Agência de meteorologia também divulgou os volumes de chuva para as diferentes regiões do estado, considerando o período de tempo que foi iniciado na última segunda-feira (11) até a manhã desta quinta-feira (17). Veja o detalhamento:
- 221 mm em Caçapava do Sul;
- 178 mm em Camaquã;
- 166 mm em Encruzilhada do Sul;
- 163 mm em São Gabriel;
- 150 mm em Santiago;
- 149 mm em Mostardas;
- 142 mm em Canguçu;
- 140 mm em São Vicente do Sul;
- 131 mm em Santa Maria;
- 129 mm em Rio Pardo e Rio Grande;
- 124 mm em Alegrete;
- 122 mm em Capão do Leão;
- 116 mm em Dom Pedrito;
- 115 mm em Tupanciretã;
- 113 mm em Bagé e Porto Alegre (Belém Novo);
- 106 mm em Jaguarão;
- 105 mm em Campo Bom.
Como ajudar o Rio Grande do Sul
Diferentes órgãos de governos seguem anunciando ajuda aos desabrigados e desalojados após a passagem do ciclone extratropical no Rio Grande do Sul. Mas o cidadão também pode ajudar no processo. Nesta semana, o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB) anunciou um pix para as pessoas que desejam doar qualquer quantia.
Desde então, o governo estadual vem recebendo críticas. Nas redes sociais, algumas pessoas disseram que não seria justo que um órgão de governo pedisse ajuda assistencial. Em entrevista, o governador Eduardo Leite se defendeu.
“Eventualmente aproveitadores possam usar esse momento para fazer arrecadação que efetivamente não chegue ao destino, explorando a solidariedade, a boa vontade, a bondade das pessoas”, disse ele.
“A outra é que, mesmo pessoas bem intencionadas, podem acabar arrecadando recursos para fazer compra de itens que, na verdade, não estão sendo necessários. A solidariedade das pessoas é tão grande que é um desafio logístico”, ponderou Leite.
“O orçamento público não alcança determinadas finalidades, como colocar o recurso na mão de um pequeno empreendedor que vai precisar comprar itens para o seu pequeno comércio para recomeçar as suas atividades, ou ajudar uma família que foi muito atingida a comprar mobiliários”, completou.