As duas principais operações de crédito para pessoas físicas (PF) são as que envolvem o financiamento para a compra de um carro novo e da casa própria. Esse tipo de financiamento é que foi mais afetado pelo aumento da taxa Selic provocado pelo Banco Central (BC). Processo que começou no mês de março do ano passado.
E as perspectivas não são otimistas, já que o custo do acesso ao crédito deve continuar a subir. Analistas ouvidos pelo UOL afirmam que, com a inflação ainda acelerada, o BC tende a continuar a subir a Selic, atualmente em 10,75% ao ano. Dessa maneira, as taxas de juros do financiamento para compras de novos carros e para fins imobiliários, também ficarão mais altas.
A verdade é que hoje em dia já está bem mais caro financiar uma casa ou veículo, com a grande probabilidade de continuar aumentando.
Os números do BC mostram a escalada: Taxas de juros em meses selecionados (% ao ano):
Apesar de parecer que a taxa de juros não sofreu uma alta tão grande em pontos percentuais, isso faz toda diferença no custo final. José Dutra Vieira Sobrinho, professor de Matemática Financeira da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), simulou o impacto da alta de juros em um financiamento imobiliário.
No caso, o financiamento seria de R$ 300 mil, por 360 meses (30 anos). O sistema de pagamentos considerado foi o SAC (Sistema de Amortização Constante), um dos mais comuns no financiamento via bancos.
Estes foram os resultados das simulações:
Na simulação, fica claro o impacto dos juros mais altos. Quem fechou a operação de crédito em janeiro deste ano, a uma taxa de 9,4% ao ano, pagará R$ 97.470,00 a mais no financiamento da casa própria. Vale ressaltar que os cálculos não levaram em conta nenhum tipo de atualização monetária, nem o pagamento de seguros nas parcelas.
Ainda de acordo com a simulação feita pelo professor de matemática da Fipecafi, é possível observar de quanto foi o aumento do custo para quem vai comprar um carro. No financiamento de R$ 60 mil de um veículo, por 5 anos, as condições seriam as seguintes:
Ressaltando que o cálculo não leva em conta a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que normalmente é incorporada às prestações.