Uma das provas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é aquela de Ciências Humanas e suas Tecnologias, composta por 45 questões (de história, geografia, sociologia e filosofia) e aplicada no primeiro dia do exame.
Se você quer se preparar de forma eficiente para o ENEM 2023, é fundamental que você saiba como as questões da prova de Ciências Humanas funcionam. Dessa forma, para te ajudar, o artigo de hoje trouxe um resumo com questões dessa seção do ENEM e a análise de cada uma delas. Vamos conferir!
Ciências Humanas e suas Tecnologias: questão 1
(ENEM – 2022) Ainda que a fome ocorrida na Itália em 536 tenha origem nos eventos climáticos, suas implicações são tanto políticas quanto econômicas. Nos primeiros séculos da Idade Média, o auxílio aos famintos se inscreve no domínio da gestão pública, mesmo quando a ação de seus agentes é apresentada sob o ângulo da piedade e da caridade individuais, como é o caso da Gália merovíngia. Assim, o fato de que as respostas à fome são mostradas, na Gália, como o fruto de iniciativas pessoais fundadas no imperativo da caridade deriva da natureza das fontes do século VI.
SILVA, M.C. Os agentes públicos e a fome nos primeiros séculos da Idade Média.
Na conjuntura histórica destacada no texto, o dever de agir em face da situação de crise apresentada pertencia à jurisdição
- A) da nobreza, proveniente da obrigação de proteção ao campesinato livre.
- B) da realeza, decorrente do conceito de governo subjacente à monarquia cristã.
- C) dos mosteiros, resultante do caráter fraternal afirmado nas regras monásticas.
- D) dos bispados, consequente da participação dos clérigos nos assuntos comunitários.
- E) das corporações, procedente do padrão assistencialista previsto nas normas estatutárias
Análise questão 1:
A questão mencionada do ENEM 2022 aborda um tema muito frequente no exame: a Idade Média.
A questão aborda momentos de crise sofrida na península itálica no início da Alta Idade Média. O texto proposto destaca o dever da realeza de agir diante da crise e a fome no Império Merovíngio. A realeza era, nessa época, responsável pela administração da península no século VI.
O candidato poderia ficar indeciso entre os itens A e B. Porém, na época dos merovíngios, a obrigação de administrar os territórios dominados era da própria realeza e não da nobreza. Assim, a resposta correta é a alternativa B.
Ciências Humanas e suas Tecnologias: questão 2
(ENEM – 2015) A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.
GÂNGAVO, P M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil.
A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a
- A) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.
- B) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.
- C) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.
- D) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.
- E) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.
Análise questão 2:
A questão supracitada aborda a colonização do Brasil pelos portugueses, tema cobrado com grande frequência pelas questões de história do ENEM.
O texto apresentado pela questão foi produzido durante o ano de 1576, ou seja, no período conhecido como “Brasil Colônia”.
A resposta correta para a questão é a alternativa D. O candidato deveria ter em mente que os portugueses, ao chegaram no Brasil, encontraram uma sociedade e com uma cultura que não existiam na Europa. Assim, as reações dos mesmos foram baseadas nos parâmetros etnocêntricos com os quais esses entendiam o mundo, provocando a desvalorização dos padrões culturais nativos dos indígenas que viviam nas terras descobertas.
Ciências Humanas e suas Tecnologias: questão 3
(ENEM – 2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim.
AQUINO, T. Escritos políticos de São Tomás de Aquino.
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de
- A) refrear os movimentos religiosos contestatórios.
- B) promover a atuação da sociedade civil na vida política.
- C) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.
- D) reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística.
- E) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual.
Análise questão 3:
Uma das matérias abordadas pela prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias do ENEM é filosofia. Dentro dessa disciplina, a filosofia medieval, da qual fez parte São Tomás de Aquino, é um dos tópicos mais cobrados pelas questões.
Para responder a questão, o candidato deveria interpretar o texto proposto com base em seus próprios conhecimentos sobre a filosofia de Tomás de Aquino. O pensador baseou os seus pensamentos as teorias de Aristóteles e dentre os seus principais argumentos, podemos citar a busca por um bem comum que seria alcançado por meio da monarquia. Dessa maneira, podemos dizer que a resposta correta é a alternativa C.