Se tem um hábito que mudou com o acesso à Internet foi o de assistir televisão. Já há um bom tempo, os serviços de streaming vêm roubando o espaço dos canais de TV – 69% das pessoas deixam de assistir à programação da TV aberta para consumir streaming, segundo a pesquisa Insights & Innovation da FleishmanHillard Brasil.
A seu favor, os streamings apresentam conteúdos exclusivos que só podem ter acesso via assinatura – sem contar com a pirataria, claro – e, agora, eles começam a competir entre si, em uma disputa de catálogos e preços. Quem ganha com isso é o consumidor, que não fica mais limitado a uma ou duas opções de serviço de streaming, e pode escolher diferentes caminhos na hora do seu entretenimento. Enquanto isso, para os apps de streaming, trata-se de uma grande competição por essa atenção.
“Na pandemia, o hábito de assistir a filmes aumentou. Quanto mais tempo tínhamos que ficar em casa, mais opções de entretenimento acabavam”, diz Flávio Levi, líder de Vendas da Winclap para LATAM, empresa de performance, crescimento e escala de apps, e que atualmente atua com aplicativos de diferentes verticais, incluindo streaming.
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No Brasil, ainda segundo o estudo Insights & Innovation, quem sai na frente é a Netflix, com a preferência de 64% dos brasileiros. Na sequência, aparecem Amazon Prime Video (34%), Disney+ (20%) e Globoplay (19%).
Preço é o principal
Entre 2019 e 2022, o brasileiro que assinava os três principais serviços de streaming disponíveis teve um gasto mensal 23% maior no gasto mensal para manter os mesmos serviços. Ou seja, no atual momento econômico do País, uma forma de conquistar, ou mesmo manter o serviço, é abaixar o preço.
É bom lembrar que muitos consumidores não possuem nem sequer smart TV, e utilizam os próprios smartphones como tela única e como acesso à Internet da casa. Além disso, muitos investem nos dispositivos que transformam as TVs antigas em smart, que são bem mais baratos e oferecem a mesma experiência de navegação pelos apps de entretenimento (como a linha Fire TV da Amazon, por exemplo). Por isso, o app precisa chegar a um custo que faça sentido com base no que ele oferece aos espectadores.
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Além disso, é preciso lembrar que o consumidor pode adotar a estratégia de cancelar o serviço por um tempo e voltar depois. Por exemplo, se ele assina Netflix porque gosta de Cobra Kai, ele pode esperar lançar uma temporada nova para aproveitar os episódios e cancelar quando outro serviço de streaming, como o Amazon Prime Video, lançar uma nova temporada de The Boys, outra série que ele gosta.
Como não há atritos entre o cancelamento e a nova assinatura (não há um contrato de período e tudo é feito apenas ao clicar em botões no aplicativo), o maior desafio é manter o cliente.
Produtos variados e catálogo rico
Por isso, a variedade também é palavra-chave. Cada plataforma oferece produtos variados, e cada usuário possui suas preferências. Por isso, as diversas opções de conteúdo são fundamentais para um streaming crescer entre uma base de usuários. Esse talvez seja o fator mais relevante.
Caso o app escolha ser de nicho, ele vai atrair um público específico, porém cativo – a recorrência desse cliente é maior. “Promover programas exclusivos é uma forma eficiente de atrair novos usuários. Um de nossos clientes, o GloboPlay, possui o Campeonato Brasileiro de Futebol, e vimos como a maioria de suas assinaturas ocorre nos finais de semana, quando são os jogos mais importantes”, diz Levi, da Winclap.
Outro ponto positivo é o aplicativo. Consumidores querem navegação intuitiva, ou seja, se não gostarem ou não entenderem o app, irão desistir. Concentrar-se nas funcionalidades, recursos, na estabilidade do aplicativo, na qualidade de imagem, transmissão de dados etc., influencia o usuário a continuar ou desistir. Com tantas opções hoje, o brasileiro não vai sentir que está perdendo ao trocar um streaming por outro – caso não tenha poder aquisitivo para assinar todos.