Como os bibliotecários se preparam para a volta às aulas
Os bibliotecários são profissionais que buscam pautar suas ações baseadas em orientações advindas de diretrizes científicas.
O principal documento norteador dessas ações é o protocolo de biossegurança elaborado por equipes multidisciplinares da área da saúde e pelas autoridades sanitárias, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o Ministério da Saúde, as secretarias de saúde, além de prefeituras e governos estaduais.
De acordo com Álamo Chaves, Presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de Minas Gerais e Espírito Santo (CRB-6), o bibliotecário precisa garantir as medidas de proteção coletivas e individuais mínimas nas bibliotecas.
Como implementar a aferição da temperatura de servidores, estudantes e colaboradores, assegurar a ventilação do ambiente e disponibilizar meios para que os usuários possam higienizar suas as mãos com água e sabão, ou com álcool em gel 70%, além de assegurar o uso permanente de máscaras de proteção e o distanciamento social.
“Acrescento, ainda, a necessidade de uso de equipamentos de proteção individual pelos funcionários das bibliotecas – como avental impermeável, óculos e/ou protetor facial, gorro, máscaras descartáveis, luvas, e também a necessidade de adquirir equipamentos de higienização de livros e assepsia de instrumentos de trabalho”, orienta.
O que dizem os bibliotecários
Segundo a bibliotecária Marcelly Chrisostimo, o preparo e planejamento começou muito antes da liberação para o retorno às aulas presenciais.
“Ao longo dos meses, foi possível observar a grande rede de colaboração e compartilhamento de informações que a classe formou em prol de levantar materiais bibliográficos, estudos de caso e, principalmente, fontes de informações confiáveis para fundamentar a elaboração de protocolos de reabertura que contemplariam as medidas necessárias para possibilitar a reabertura e minimizar o risco de contágio”, conta.
Para Elani Araújo, bibliotecária escolar infantil, os profissionais que atuam com a educação de crianças e jovens vivem uma realidade bem desafiadora, como a construção do protocolo de biossegurança.
“Foi algo bastante complexo, pois tivemos de repensar sobre tudo à nossa volta e sobre nossas atividades, baseados em outros protocolos já pré-estabelecidos pelas organizações de saúde, estado, cidade e instituição”, explica.
“Com a aprovação deste documento norteador, me senti mais segura para retornar presencialmente com a prestação de serviços, uma vez que a instituição nos ofereceu o que era necessário, os colaboradores estavam treinados e as famílias estavam colaborando informando as crianças sobre as novas rotinas e possíveis adaptações”, conta Elani que trabalha na rede privada de ensino em Teresina, Piauí.
Os bibliotecários deverão determinar procedimentos de segurança baseados nas orientações estabelecidas nos protocolos.
“Um exemplo é a limpeza da biblioteca, que deverá ser reforçada, e a desinfecção de livros emprestados durante a quarentena. Evidentemente, os bibliotecários deverão estabelecer novas rotinas de uso dos espaços das bibliotecas – o que implicará em menos usuários simultâneos – e o treinamento constante da equipe”, diz Álamo Chaves.