Como o fim do Auxílio Emergencial impacta os números do desemprego

Como o fim do Auxílio Emergencial impacta os números do desemprego

Segundo especialistas, números atuais do desemprego no Brasil ainda são impactados pelo fim do Auxílio Emergencial ainda no ano passado

O Auxílio Emergencial do Governo Federal chegou oficialmente ao fim ainda no final do último mês de outubro do ano passado. Entretanto, mesmo quase sete meses depois da conclusão dos repasses, o fato é que a decisão de terminar com as liberações ainda tem influência nos índices de desemprego do Brasil neste momento.

Especialistas explicam que os dois dados possuem uma relação direta. Explica-se: parte dos usuários que recebiam o Auxílio Emergencial não estavam buscando empregos. Afinal de contas, eles já estavam recebendo o dinheiro do Governo naquele determinado momento e imaginavam que não precisavam de mais.

Obviamente, o processo não se trata de uma generalização. Várias pessoas que faziam parte do Auxílio Emergencial também procuravam empregos. Entretanto, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que ao menos uma parte dos usuários do programa optou por não procurar um trabalho naquele momento.

Com o fim do Auxílio Emergencial, estima-se que pouco mais de 20 milhões de brasileiros tenham deixado de ganhar qualquer tipo de benefício do Governo Federal. Ao menos uma parte deste público teve que começar a sair de casa para procurar um trabalho. Assim, os números de desemprego voltaram a subir, ou ao menos pararam de cair.

Vale lembrar que o IBGE considera a taxa de desemprego apenas a partir do número de pessoas que estão procurando por um trabalho. Caso o cidadão fique em casa e não procure por um emprego, ele não entrará na taxa de desemprego. O fato pode explicar ao menos uma parte dos números divulgados nesta semana.

Números de desemprego

Nesta sexta-feira (13), o IBGE divulgou novos dados sobre a taxa de desemprego no país. Segundo informações oficiais, o patamar nacional do primeiro trimestre ficou na faixa dos 11,1%. Analistas apontam para um cenário de estabilidade.

Parte dessa situação se deve ao fim do Auxílio Emergencial. Imagina-se que ao menos uma parte dos usuários do extinto programa ainda não tenha conseguido um emprego e por este motivo ainda procura por uma fonte de renda.

Os casos que mais chamam atenção são os da Bahia e de Pernambuco. Os dois estados ajudaram a puxar a taxa média nacional para cima. Na Bahia, o nível de desemprego ficou na casa dos 17,6% e Pernambuco na casa dos 17%.

O caso de Pernambuco

Especificamente em Pernambuco, especialistas afirmam que a situação é pior justamente porque boa parte dos ex-usuários do Auxílio Emergencial ainda não conseguiram um emprego ou ao menos outra fonte de renda mesmo sete meses depois do fim do benefício.

“No primeiro trimestre de 2022, caiu a renda assegurada por programas de auxílio na pandemia, o que exigiu das pessoas a garantia de um trabalho para ganhar dinheiro. A massa de pessoas em busca de vagas cresceu. Sem dinheiro do governo, foi preciso sair para procurar trabalho”, afirmou Fernanda Estelita, que é Gerente de Pesquisa do IBGE.

Ela também disse que outra explicação para este maior nível de procura por emprego é a melhora na situação de pandemia e os altos índices de vacinação em determinadas regiões. O cenário fez com que mais pessoas tivessem coragem de procurar por um trabalho.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?