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Como fazer a análise sintática

A análise sintática é a parte da gramática que estuda e classifica cada um dos elementos que integram o período de uma frase. Cabe à análise sintática estudar o período a partir da estrutura e relação semântica.

Na gramática, o conjunto de palavras que estabelecem sentido completo forma uma frase, que pode ou não ter verbo. Na análise sintática, o verbo é a palavra mais importante para a identificação dos demais elementos. Por isso, só ocorre em frase verbal.

Uma frase verbal, por sua vez, como o nome indica, é aquela que apresenta verbo. Ex: Saí de casa (sair = verbo).

A análise sintática é um dos assuntos estudados na sintaxe, parte da gramática encarregada de analisar a função das palavras em uma frase. Para fazer uma análise sintática correta deve-se saber distinguir o que é frase, oração e período.

Frase, oração e período

Uma frase é o conjunto de palavras que, juntas, desencadeiam sentido lógico e completo. Nela, a presença do verbo não é obrigatória. No entanto, vale lembrar que para a análise sintática a presença do verbo é necessária.

Em uma frase pode haver uma ou mais orações. A oração é toda frase que contém um verbo ou uma locução verbal e, geralmente, depende de outros elementos que encontram-se na frase. As orações podem ser ligadas por vírgulas ou conjunções. Dividem-se de acordo com a função que exercem. Essa divisão é feita por meio de termos, que podem ser essenciais, integrantes ou acessórios.

O conjunto de orações forma um período, que pode ser simples (com uma oração) ou composto (com duas ou mais orações), conforme a quantidade de verbos que apresentar.

Um exemplo de oração com período simples é “O dia está maravilhoso!”. Para período composto tem-se “Marina acordou e foi direto para a cozinha”.

Como fazer a análise sintática

Antes de fazer a classificação dos termos de uma oração, deve-se observar se ela é verbal ou nominal, pois a análise sintática é feita apenas em frases verbais.

Tendo certeza de que trata-se de uma frase verbal, deve-se iniciar o raciocínio lógico pelo período simples. Assim, precisa-se encontrar o verbo para descobrir qual é o tipo de período em questão.

Após encontrar o verbo, deve-se classificar o sujeito e procurar por complementos para, depois, localizar os predicativos que podem estar ou não presentes no contexto. Por fim, depois de encontrar o verbo, sujeito e complementos, deve-se procurar os adjuntos adverbiais ou nominais.

Termos essenciais da oração

São considerados termos essenciais de uma oração o sujeito e predicado. No entanto, deve-se atentar para o fato de que nem toda oração tem sujeito.

Sujeito

É o elemento (alguém ou alguma coisa) sobre a qual é dada a informação. À palavra que possui mais importância, dentro do contexto, classifica-se como núcleo do sujeito.

Exemplos:

  • Sua tia ligou, mas não quis deixar recado. (tia é o núcleo do sujeito).
  • O casal comprou uma cama. (casal é o núcleo do sujeito).

 

1.1. Tipos de sujeito

1.1.2. Determinado: quando é possível identificar o sujeito na frase.

Os sujeitos determinados podem ser classificados como simples, quando houver apenas um núcleo, e compostos, quando houver dois ou mais núcleos.

1.1.3. Indeterminado: quando a frase possuir um verbo que não faz referência a alguém, tornando impossível de identificar o sujeito, tem-se um caso de sujeito indeterminado.

1.1.4. Oculto ou elíptico ou desinencial: classifica-se como sujeito oculto a frase que o sujeito for um dos pronomes: eu, tu, ele, ela, você, nós ou vós. Exemplo: Gosto de comer. (sujeito: eu)

 

Termos integrantes

Além dos termos essenciais, as frases podem ter termos integrantes, que ajudam a dar sentido, mas não são essenciais, ou seja, sem eles a frase continua sendo compreensível. Dividem-se em:

Complemento verbal

Os complementos verbais, como o nome indica, são os termos integrantes que complementam o sentido dos verbos transitivos.

Exemplos:

  • Ganhei livros.
  • Comi salada.
  • Bebi água.

Complemento nominal

O complemento nominal acrescenta informação a um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) por meio de preposição.

Exemplos:

  • Toda criança tem necessidade de leite materno.
  • A mãe estava orgulhosa dos seus filhos.

Agente da passiva

Na voz passiva, o agente indica quem executa a ação. O termo aparece seguido de preposição.

Exemplos:

  • O cuscuz foi feito por Alana.
  • Os índios foram catequizados pelos jesuítas.

Predicativo do sujeito

Termo do predicado que tem a função de atribuir qualidade ao sujeito, podendo fazê-lo por meio de um verbo de ligação ou não.

Exemplos:

  • Fernanda é desastrada.
  • A mesa está quebrada.
  • A dentista trabalha feliz.

 

Termos acessórios

Dão uma nova informação à frase. Contudo, não tiram o sentido dela caso estejam ausentes.

Adjunto adnominal

O adjunto adnominal é o termo acessório capaz de especificar um núcleo nominal e caracterizar um substantivo por meio de adjetivos, artigos, numerais, pronomes ou locuções adjetivas.

Exemplos:

  • O menino educado deu o seu brinquedo à criança de rua. (educado, sua, de idade = adjunto adnominal)
  • A fome de Elaine só aumenta. (de Elaine = adjunto adnominal)

Adjunto adverbial

O adjunto adverbial faz referência a um verbo, adjetivo ou a um advérbio, indicando uma circunstância.

Exemplos:

  • Fala lentamente.
  • Cheguei rápido. Vim de avião.

Aposto

O aposto é a pausa entre um termo e outro para explicar ou exemplificar uma ideia que aparece na frase. Geralmente aparece separado por pontuação, que pode ser vírgula, dois pontos, parêntese ou travessão.

Exemplos:

  • Bob, o cachorro do vizinho, é um pit bull.
  • Gosto de várias frutas: melão, melancia, laranja, manga e banana, por exemplo.
  • A Semana Santa de Sevilla (maior festa religiosa da Europa) é um dos eventos mais procurados pelos turistas na época das celebrações pascais.
  • Roupa Nova — um grupo de sucesso da música brasileira — nunca mais gravou música nova.

Vocativo

Vocativo vem de “vocação”, ato de chamar alguém. Assim, na gramática é o termo que serve para chamar alguém. Normalmente, indica com quem se fala. Esse grupo não possui relação sintática com o sujeito ou predicado da oração.

Exemplos:

  • Vá devagar, João!
  • Pedro, meu filho, obedeça seu pai.

Predicativo do objeto

O predicativo do objeto é o termo que qualifica ou caracteriza o complemento dado a um verbo. Assim, atribui qualidade ao objeto direto e, em alguns casos, ao objeto indireto.

Exemplos:

  • Nós consideramos este momento maravilhoso.
  • Hoje acordei muito tranquila.
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