A pandemia de covid-19 mudou os hábitos do consumidor brasileiro, que agora está muito mais habituado às compras online. No entanto, o crescimento das vendas por e-commerce também aumentou a prática de roubo de identidade e de dados do cartão de crédito. Dada a intenção de compra na Black Friday atingir 87% dos brasileiros, a possibilidade de fraude e golpes no evento também aumenta.
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Uma pesquisa feita pela Clearsale, fornecedora de soluções de segurança para comércio eletrônico, aponta que o Brasil teve uma alta de 32,7% nas tentativas de fraude no e-commerce no primeiro semestre de 2021, em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a Mazars, auditoria e consultoria empresarial, é necessário que as lojas online e os consumidores se atentem à segurança.
A principal dica é verificar se os anúncios e comparativos de preços são muito divergentes do que é praticado no mercado. Se os produtos estão baratos demais, isso pode indicar que se trata de um golpe. A Mazars lembra que a Black Friday é um evento importado dos Estados Unidos e que a prática lá é bem diferente do que aplicado aqui. No mercado norte-americano, novembro é o mês de fechamento contábil das companhias e as promoções são uma forma de vender o excedente para iniciar o próximo ano contábil sem essa sobra. Ou seja, a prática de preços é bem diferente.
Segurança da plataforma ou do site
Antes de comprar um produto ou mesmo investir em um serviço adquirido online, os consumidores devem verificar se o site é realmente seguro. É interessante avaliar de quem é o certificado registrado no site: é da própria loja ou de terceiros? É preciso observar o cadeado que fica na barra de navegação, se as informações são referentes à empresa, se está realmente segura e a criptografia dessa comunicação, além de pesquisar se o site em si é realmente seguro.
Heliezer Viana, sócio da Mazars, diz que toda plataforma de e-commerce ou loja online, seja de pequeno, médio ou grande porte, tem que seguir as regras relacionadas ao PCI. Trata-se de uma certificação de segurança internacional necessária para todas as empresas que processam, armazenam ou transmitem dados de cartões. Isso é chamado de regulamentação framework, onde as bandeiras de cartões (como Mastercard e Visa) se baseiam para poder liberar uma compra e garantir a segurança de dados de clientes de cartão.
O executivo revela que há inúmeros tipos de fraudes que podem acontecer quando os dados são expostos em sites duvidosos. Mas os principais deles, que estão mais em evidência, são as fraudes de identidade e de cartão, por isso, o varejista online deve fazer periodicamente a análise de vulnerabilidade no site, para garantir a segurança do consumidor.
Para Viana, assim como os bancos precisaram investir na conscientização do uso ao crédito, as empresas de e-commerce também devem continuamente promover a conscientização dos consumidores quanto à questão da segurança no uso de dados.
Brasileiros mostram otimismo com Black Friday
Uma pesquisa realizada com 400 brasileiros pela Conversion, agência de marketing digital, apontou que 87% dos entrevistados têm interesse em realizar compras na Black Friday deste ano, cerca de 11 pontos percentuais que na pesquisa realizada em 2020. Isso deve elevar o número de vendas no evento em 14,7%, segundo a Conversion.
O levantamento ainda mostra que 72% dos entrevistados pretendem comprar online, seja em sites, lojas virtuais (56,98%) ou até mesmo em aplicativos de compras (14,81%). Ainda, 62,96% dos consumidores revelaram escolher as compras online por medo do contágio do coronavírus. No ano passado, este número era de 75,3%.
A data também é esperada pelo empresariado. Segundo outro estudo, realizado pela vhsys, fornecedora de plataforma de gestão para micro e pequenas empresas, 45,8% das companhias desse porte acreditam que o faturamento na “temporada de compras” pode salvar o ano ou ser o melhor resultado mensal até agora para as empresas. O estudo da vhsys ouviu 856 empreendedores de todo o Brasil.
Ainda segundo o levantamento, a ampliação dos canais de vendas online, como e-commerce, marketplaces e lojas online, será o fator que mais influenciará o aumento das vendas na Black Friday, com 25,8% das respostas. Outros destaques foram maior familiarização do público com compras pela internet (26,1%) e aumento da circulação de pessoas nas ruas (18%).