Basicamente, os cookies são espécies de arquivos residuais que o usuário deixa quando visita um site. Eles servem para identificar a pessoa que está acessando o conteúdo e personalizar a experiência para ela. No entanto, a quantidade de dados que um usuário deixa em um único site pode chegar a gigabytes dependendo de quantas vezes ele acessa a página. O pior, no entanto, é o tipo de informação que ele captura, como localização, histórico de acessos e até cartão de crédito, o que revela perigo dos cookies para a privacidade do indivíduo.
LEIA MAIS: O que são os cookies de Internet
Sylvia Bellio, especialista em infraestrutura de TI e CEO da itl.tech, revendedora de soluções da Dell Technologies, lembra que a preocupação com esse tema cresceu devido legislações e casos de vazamento de dados. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), por exemplo, trouxe uma nova percepção da privacidade para os brasileiros, ao mesmo tempo em que obrigou os sites a colocarem avisos enormes de que estão capturando cookies.
“No caso dos cookies a preocupação também precisa existir. Apesar de eles serem importantes aliados na nossa navegação cotidiana, é preciso manter no radar para quem estamos entregando detalhes pessoais”, afirma a especialista.
No entanto, apesar de os avisos aparecerem na tela, eles não dependem necessariamente de aprovação para começarem a ser armazenados. Ou seja, basta acessar e interagir com as páginas preenchendo um campo de pesquisa ou clicando em links para que os registros comecem. Por causa disso, é necessário tomar algumas medidas para evitar muita exposição.
O que fazer para se proteger
Uma dica que Sylvia dá é nunca aceitar um termo de responsabilidade sem ler. Apesar de chato e longo, é essencial ler as normas e políticas de privacidade dos sites. Muitas vezes, as páginas e serviços captam informações que nem imaginamos, como número de telefone, fotos pessoais, dados biométricos, além dos já citados números do cartão de crédito. A obrigação da LGPD de fazer com que os sites ofereçam essas informações pode deixar nossa relação com a internet mais transparente.
Outro ponto é conhecer bem o navegador que se utiliza para diminuir o perigo dos cookies. O Google Chrome e Firefox, por exemplo, permitem a visualização de todos os cookies e o gerenciamento de acessos. No menu de configuração dos softwares é possível pesquisar pela palavra “cookie” para criar uma lista de sites que nunca podem usar cookies e até mesmo bloquear todos eles. Sylvia diz que isso não é muito recomendado, já que pode deixar a navegação bastante complicada.
Além disso, é importante conferir quais acessos foram dados aos sites. Fora os cookies, as páginas pedem outras permissões de acesso como notificações, imagens, pop-ups, anúncios e outras coisas. Nem todos os sites deixam claro quais permissões eles receberam com o aceite do usuário, o que abre brechas para desinformação e má fé. “Por isso, é importante acessar as configurações do navegador para verificar o que os sites estão acessando.”
Mais cinco formas de se proteger do perigo dos cookies
- Apague os cookies com frequência: é importante que o usuário crie o hábito de apagar os cookies com certa frequência, que pode ser estabelecida por ele. Apesar de auxiliar a navegação, muitas vezes o acúmulo de cookies está ligado a falhas e problemas no acesso a determinados sites.
- Não dê aceites em computadores públicos: alguém que utiliza computadores públicos ou até mesmo de pessoas conhecidas precisa ficar atenta com os aceites dos termos de privacidade. Eles podem salvar as informações no navegador, permitindo que após o uso a outra pessoa tenha acesso a uma conta sua, por exemplo. Por isso, é essencial apagar os cookies e dados de navegação após a utilização de um computador que não é o pessoal.
- Utilize o modo anônimo do navegador: a técnica permite que cookies, histórico de navegação, informações de formulários e outros detalhes não fiquem salvos (ou pelo menos sejam apagados assim que a janela for fechada).
- Fique atento ao celular: o cuidado com cookies e termos de privacidade deve ser pensado também nos smartphones. Por isso é importante ficar atento aos aplicativos que estão sendo instalados e analisar todos os acessos que eles pedem.
- Fiscalize o uso de crianças e adolescentes: serviços e páginas que fazem sucesso com menores de idade devem ser fiscalizados pelos pais. A nível mais básico, os provedores venderão publicidade direcionada e mostrarão conteúdos que os pequenos gostam. Porém, a um nível mais elevado eles podem ser vítimas de uma exposição de dados, incluindo fotos e vídeos.