Comissão aprova aumento da isenção do Imposto de Renda

Comissão aprova aumento da isenção do Imposto de Renda

Comissão do Senado Federal aprovou projeto de lei que prevê um aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou o Projeto de Lei que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda no Brasil. O texto foi aprovado no final da manhã desta terça-feira (9), e estabelece que a nova faixa compreende dois salários mínimos, ou seja, R$ 2.824 mensais.

Esse texto já havia sido aprovado no plenário da Câmara dos Deputados, e agora precisa apenas de uma aprovação simples no plenário do Senado Federal. Ainda não há, no entanto, uma data exata para a apreciação do tema pelos 81 senadores da casa.

A tramitação

O projeto em questão tem o mesmo teor indicado pela Medida Provisória (MP) que havia sido assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em fevereiro deste ano. O governo, no entanto, decidiu trocar a tramitação da MP por um projeto de lei.

Em regra geral, uma Medida Provisória tem validade a partir do momento em que é assinada pelo presidente da república. Mas precisa ser aprovada pelo congresso nacional em até quatro meses para não perder a validade.

Como Lula já assinou a MP, ela já está valendo de fato. Mas depois de pressão por parte dos parlamentares, a opção foi por iniciar uma nova tramitação por meio de um projeto de lei, o que exige a aprovação do congresso nacional para começar a valer.

Em resumo: há dois textos diferentes. Um deles é a MP que já foi assinada por Lula, e o outro é o projeto que foi aprovado pela Comissão hoje. A ideia é aprovar o projeto antes do mês de junho, quando a MP perde a validade.

Comissão aprova aumento da isenção do Imposto de Renda
Projeto ainda precisa ser analisado no plenário do Senado. Imagem: Marcos Oliveira/ Agência Senado

O texto de isenção do Imposto de Renda

Mas o que diz o projeto de lei? De modo textual, o documento aponta uma faixa máxima de isenção menor, que passaria de R$ 2.112 para R$ 2.259. Contudo, este teto será complementado por um desconto de R$ 564,80 estabelecido pelo governo federal, o que garante a isenção de até dois salários mínimos.

O teto da isenção do Imposto de Renda estava congelado desde o ano de 2015. Em 2023, o governo do presidente Lula optou por elevar o patamar para R$ 2.640 mensais, o que representava dois salários mínimos no momento.

Nas contas do Ministério da Fazenda, o novo aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda deverá beneficiar nada menos do que 15,8 milhões de brasileiros.

Mas o fato é que nem todo mundo gostou da ideia. De acordo com informações de bastidores, representantes da equipe econômica do próprio governo federal estão preocupados com a manobra aplicada neste momento.

Rombo na isenção do Imposto de Renda

Em entrevista recente, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que o governo federal vai precisar compensar o aumento na isenção do Imposto de Renda. A lógica é simples: se o governo está abrindo mão de parte da arrecadação nesta frente, vai ter que encontrar o montante em outro lugar.

“Tem medidas que não foram compensadas. E estão tendo impacto, a gente ainda está buscando. Fizemos a segunda correção da tabela neste governo, e a primeira vez desde 2017. Estamos resgatando a correção da tabela do IR, junto com a correção real do salário mínimo. Isso tem um custo né, o custo é de mais R$ 3 bilhões”, declarou Barreirinhas, da Receita Federal.

“Tem muita coisa aqui que está pesando sim. A gente está atento a isso. Temos de ver um debate aqui para medidas compensatórias em relação a isso. A situação não está boa mesmo neste momento. A gente manteve as rédeas aqui, mas estamos atentos a esses números que estão no nosso radar. A gente tem bastante coisa ainda sim a compensar”, declarou o secretário.

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