Publicado em 1878, o romance O Primo Basílio é uma das mais importantes obras do escritor português Eça de Queirós. Desse modo, é também uma das obras literárias portuguesas mais cobradas nos vestibulares das universidades brasileiras.
O romance traz um retrato da sociedade portuguesa do século XIX, de modo que o autor retratou a vida doméstica burguesia do período.
Enredo
Ambientado em Lisboa, capital de Portugal, o romance conta a história de Luísa e de Jorge, um casal pertencente à burguesia portuguesa. Apesar de casados, Luísa e Jorge não eram felizes, pois a união de ambos era pautada em interesse.
Luísa, personagem central da narrativa, é uma ávida leitora de romances e leva uma vida ociosa e fútil, enquanto Jorge fazia o que era possível para agradá-la. No entanto, precisa se afastar em decorrência de uma viagem a trabalho.
No período em que Jorge está fora da cidade, Luísa recebe a visita de seu primo Basílio, que fora também o seu primeiro amor. Na ausência do marido, a personagem retoma a paixão pelo primo que a encoraja a ter uma vida de aventuras. Desse modo, ambos se envolvem e Luísa comete adultério.
No entanto, Juliana, governanta da casa, percebe o caso que ambos mantinham, e consegue pegar uma carta de Basílio à Luísa com a qual passa a chantagear a patroa. É assim que Juliana consegue tirar bons presentes de Luísa e ainda obrigá-la a fazer o serviço doméstico que era sua obrigação.
Isso continua mesmo depois do retorno de Jorge, que acaba por despedir a empregada. Ainda desesperada com as chantagens, Luísa conta com a ajuda de Sebastião, um amigo da família, para reaver a carta, mas mesmo após conseguir, a personagem fica doente por conta de toda a tensão.
O seu esforço, porém, foi em vão, pois enquanto Luísa está de cama, Jorge acaba por abrir uma nova correspondência enviada por Basílio à Luísa e descobre o adultério. O marido a confronta, mas pelo estado de Luísa, acaba por lhe perdoar. No entanto, Luísa acaba falecendo.
Características da obra
Apesar do livro ser narrado em terceira pessoa e o narrador ser onisciente, o mesmo não é imparcial, pois em diversos momentos é possível perceber a ironia e a crítica na narrativa. Desse modo, o autor dá foco à hipocrisia da burguesia lisboeta e critica os valores da mesma.
O tempo da obra é cronológico, exceto quando há a retomada de acontecimentos passados nas lembranças das personagens.
Além das personagens já citadas, aparecem ainda: Julião, parente de Jorge; Senhor Paula, vizinho de Jorge; Conselheiro Acácio, amigo de Luísa e Jorge; Dona Felicidade, amiga do casal e interessada em Acácio e Leopoldina.
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