Cigarros eletrônicos no Brasil: ANVISA debate sobre regulamentação e os impactos na saúde pública

Cigarros eletrônicos no Brasil: ANVISA debate sobre regulamentação e os impactos na saúde pública

Nos últimos anos, os cigarros eletrônicos, mais conhecidos como vapes, têm se tornado populares entre os jovens brasileiros, apesar de sua proibição no país. Confira pontos importantes!

Cigarros eletrônicos no Brasil: ANVISA debate sobre regulamentação e os impactos na saúde pública

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está programada para debater, no próximo mês de dezembro, a regulamentação desses dispositivos, uma discussão fundamentada em um projeto de lei apresentado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos). Em suma, este projeto propõe uma regulamentação abrangente que aborda aspectos cruciais, como produção, venda, importação e exportação dos vapes.

Estado atual da regulamentação

A legislação vigente, estabelecida pela Resolução nº 46 de 28 de agosto de 2009 da Anvisa, proíbe a comercialização, importação e publicidade dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). Contudo, mesmo com essa proibição, esses produtos ainda estão acessíveis nas mãos dos jovens brasileiros, o que impulsiona a necessidade de um debate aprofundado sobre sua regulamentação.

O debate e os argumentos em pauta

Enquanto a discussão sobre a regulamentação dos vapes está em pauta, a comunidade médica expressa preocupações consideráveis. O pneumologista Paulo Corrêa, coordenador da comissão científica de tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), destaca que esses dispositivos carregam riscos similares aos dos cigarros convencionais.

Além disso, ele ressalta perigos específicos, como a inalação de metais provenientes do filamento aquecido e o vazamento de metais da bateria. Em suma, estudos conduzidos por universidades renomadas, como a Universidade Johns Hopkins nos Estados Unidos e a Universidade de Ohio, identificaram milhares de produtos químicos desconhecidos nos vapes e evidenciaram um aumento significativo nas chances de problemas respiratórios, especialmente entre adolescentes.

Além disso, Corrêa enfatiza que a disponibilidade desses produtos pode dificultar o abandono do hábito de fumar e preocupa-se com o potencial de atrair não fumantes para o consumo.

Perspectivas conflitantes

Por outro lado, representantes da indústria do tabaco argumentam a favor de regras claras para garantir o acesso a produtos que sigam normas sanitárias adequadas. Lauro Anhezini Jr, representante desse setor, enfatiza a importância de oferecer alternativas menos prejudiciais à saúde para adultos fumantes que optam por continuar utilizando a nicotina.

Entretanto, o Ministério da Saúde revela um custo anual de R$ 125 bilhões com tratamentos relacionados a doenças provenientes do tabagismo, o que preocupa especialistas em saúde pública, temendo que a regulamentação dos vapes possa agravar ainda mais esse ônus financeiro.

Posicionamentos e preocupações

A Associação Médica Brasileira manifestou forte oposição à proposta da Anvisa, classificando-a como um “desserviço aos cidadãos”. Destacaram ainda o reconhecimento internacional do Brasil pelo eficaz controle do tabagismo.

Cigarros eletrônicos no Brasil: ANVISA debate sobre regulamentação e os impactos na saúde pública.
Cigarros eletrônicos no Brasil: ANVISA debate sobre regulamentação e os impactos na saúde pública. Imagem: Canva

Sobre a Anvisa e sua atuação

A Anvisa, criada em 1999, tem como missão primordial garantir a proteção da saúde da população. Atua regulamentando e fiscalizando diversos setores, incluindo medicamentos, alimentos, cosméticos e produtos para a saúde.

Além disso, desempenha papel crucial na autorização de medicamentos e vacinas e no controle de fronteiras e portos para evitar a entrada de produtos prejudiciais à saúde pública. Além de medicamentos, a Anvisa regula e monitora agrotóxicos e alimentos. Uma vez que ela estabelece padrões de segurança para pesticidas agrícolas e avalia os níveis de resíduos químicos nos alimentos.

Desse modo, garantindo que estejam dentro dos limites aceitáveis para o consumo humano. Tendo em vista os argumentos divergentes e os impactos à saúde pública e à economia, o debate sobre a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil se torna um tema de relevância nacional. Cujas decisões exigem uma análise cuidadosa de todas as perspectivas envolvidas.

No entanto, o resultado desse debate pode ter implicações significativas para a saúde e o bem-estar da população brasileira, sendo assim, é importante acompanhar essa situação em andamento.

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