A China, atualmente, é considerada a segunda maior economia do mundo. Todavia, o país asiático está brigando com os Estados Unidos pela produção de microchips e atuam de modo a desenvolver melhores tecnologias e restringir o acesso a elementos e recursos naturais fundamentais para a produção de hardwares.
Desse modo, a China está, neste momento, limitando as exportações de dois elementos importantes para a indústria de semicondutores. Será preciso obter licenças especiais para a compra por outras nações de gálio e germânio, do país asiático. Normalmente eles são utilizados para a produção de microchips.
Esses recursos naturais também possuem uma aplicação militar. Aliás, a China decidiu limitar as vendas desses elementos depois que o Estados Unidos restringiu o acesso do país asiático à tecnologia avançada de microchips. Vale ressaltar que Pequim é um dos maiores fornecedores de gálio e germânio do mundo.
Nesse sentido, de acordo com a Critical Raw Materials Alliance (CRMA), instituição que representa a indústria, o país asiático é responsável pela produção de 80% do gálio e 60% do germânio do mundo. Esses recursos naturais são comumente conhecidos como metais menores, e são encontrados na natureza em estado puro.
Estados Unidos versus China
Não foram só os Estados Unidos que restringiram as exportações de tecnologia de produção de microchips para a China. A princípio, o Japão e a Holanda fizeram o mesmo. Ademais, o país asiático por outro lado, afirma que só irá liberar as vendas do gálio e do germânio a estas nações se eles passarem a sua tecnologia.
Isso quer dizer que a China só irá exportar os recursos naturais para a produção dos microchips, se os Estados Unidos e os outros países venderem a eles o microchip já produzido com uma tecnologia mais moderna. Sendo assim, há uma preocupação global atualmente, sobre o chamado nacionalismo de recursos.
De fato, as duas maiores economias do mundo estão em uma guerra tecnológica e econômica. A China e os Estados Unidos utilizam de estratégias como a acumulação de materiais importantes para pressionar outros países. Deve-se observar que, nesse sentido, há um certo distanciamento da globalização.
Especialistas em economia dizem que o cenário em que os mercados internacionais forneciam materiais importantes a outros países chegou ao fim. Por essa razão, a indústria do ocidente poderá em pouco tempo, enfrentar uma ameaça à sua existência, comprometendo exponencialmente as suas economias.
Recursos naturais da China
Em síntese, o arseneto de gálio, composto de gálio e germânio, faz parte da fabricação de chips de computador de alta frequência. A indústria também utiliza o material para a produção de diodos emissores de luz, LED, e painéis solares. São poucas as empresas no mundo que produzem arsenito de gálio com uma certa pureza.
Essa pureza do material é necessária para a criação de componentes eletrônicos. Em suma, também se utiliza o germânio na produção de microprocessadores. Enfim, ele participa da criação de lentes de visão em equipamentos militares. O ocidente se preocupa com o fato de que a China domina o setor de semicondutores.
Por essa razão, a tendência dos países ocidentais é a de que eles passem a reciclar os materiais de equipamentos antigos, para não depender estritamente da China. Um porta-voz do Pentágono informou no mês passado, que os Estados Unidos atualmente possuem uma grande reserva de germânio, mas não de gálio.
Desse modo, o Departamento de Defesa americano está tomando certas medidas para que haja uma alta da mineração interna, e para a produção de materiais importantes para a cadeia de suprimentos espacial e microeletrônica. Os materiais germânio e o gálio estão incluídos nesta iniciativa do governo dos Estados Unidos.
Alternativas ao país asiático
Mesmo com a China sendo o principal exportador de gálio e germânio do mundo, é possível substituir esses materiais para a produção de componentes como os microchips de computador. Existem atualmente instalações de mineração e processamento em outros países, portanto, há alternativas ao ocidente.
Em conclusão, existe a expectativa de que se desenvolva e se explore outras fontes de gálio e germânio além de fomentar iniciativas de reciclar esses materiais. Essas ações não se baseiam apenas nas restrições das exportações da China. Ela resulta do aumento da demanda, da concorrência e da geoestratégia.