Os brasileiros tiveram que pagar um pouco mais caro nos supermercados em janeiro de 2023. Isso porque a cesta básica ficou mais cara em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no mês passado.
Isso aconteceu devido ao avanço dos preços de itens importantes na mesa do brasileiro, que impulsionou o valor da cesta em vários locais. Em resumo, dois itens bastante utilizados pelos brasileiros tiveram alta em seus valores em todos os locais pesquisados. E isso encareceu a cesta básica no país.
O primeiro item foi o feijão, que ficou mais caro em todos os locais pesquisados. Vale destacar que o Dieese faz um levantamento de tipos específicos da leguminosa, a partir do seu uso nas diferentes regiões do país.
Um dos tipos pesquisados é o feijão carioquinha. Nesse caso, o Dieese recolhe os seus preços nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além de Belo Horizonte e São Paulo.
Em janeiro, as taxas variaram entre 2,51% em Fortaleza e 22,70% em Belém. Aliás, essas taxas mostram que os moradores do estado nortista sofreram com a disparada no preço do feijão carioquinha no mês passado.
De acordo com o Dieese, o item ficou mais caro em todos os locais pesquisados no acumulado dos últimos 12 meses até janeiro. Em resumo, os maiores destaques foram Belém (51,95%) e Goiânia (51,04%).
Da mesma forma, o preço do feijão tipo preto, pesquisado na região Sul e em Vitória e no Rio de Janeiro, subiu em todas as capitais em janeiro. As altas oscilaram entre 0,25%, em Vitória, e 12,61%, em Florianópolis.
No acumulado dos últimos 12 meses, o item ficou mais caro em três dos cinco locais: Rio de Janeiro (4,36%), Florianópolis (2,15%) e Porto Alegre (1,54%). Por outro lado, o feijão preto acumulou queda em seu preço em Vitória (-5,06%) e Curitiba (-3,15%).
Segundo o Dieese, “as altas cotações do feijão podem ser explicadas pelo aumento do preço dos fertilizantes
e menor oferta da leguminosa, consequência da redução da área plantada e do clima desfavorável”.
Arroz também fica mais caro em todos os locais
Outro item que também faz parte da alimentação diária de milhões de brasileiros e ficou mais caro em todos os locais pesquisados em janeiro foi o arroz agulhinha. A saber, o Dieese recolhe os preços do item em todas as 17 capitais, e os valores subiram em todos eles.
As variações oscilaram entre 0,92%, em Vitória, e 9,61%, em Florianópolis. Já no acumulado dos últimos 12 meses até janeiro, os avanços mais expressivos foram registrados em Vitória (30,18%), Florianópolis (18,92%), Porto Alegre (17,83%) e Goiânia (17,01%).
Em suma, os preços do arroz agulhinha subiram no mês passado devido ao “maior volume de exportação, estimulada pelo câmbio”, e ao crescimento da demanda, ao mesmo tempo em que a oferta interna ficou reduzida, segundo o Dieese.
Vale destacar que o Dieese estimou o valor ideal do salário mínimo no Brasil em janeiro, com base na cesta básica mais cara do país, a de São Paulo. Confira aqui qual deveria ter sido o piso nacional.
Veja mais itens que encareceram a cesta básica
Além do feijão e do arroz, a batata também ajudou a encarecer a cesta básica no país em janeiro. O tubérculo é pesquisado em dez cidades da região Centro-Sul, e ficou mais caro em quase todas elas.
Em síntese, as elevações mais significativas vieram de Curitiba (24,03%), Campo Grande (21,36%), Belo Horizonte (20,63%) e Brasília (19,58%). Aliás, esses avanços mostram que o preço da batata disparou em muitos locais, com altas bem mais expressivas que as do feijão e do arroz, por exemplo.
No acumulado dos últimos 12 meses, a batata ficou mais cara em todas as dez capitais pesquisadas. Nesse caso, os destaques foram Curitiba (81,84%), Porto Alegre (76,92%), Florianópolis (76,30%) e Campo Grande (76,20%).
Por sua vez, a farinha de mandioca, pesquisada no Norte e no Nordeste, fechou janeiro em alta em todas as capitais. A única exceção foi Salvador, onde o preço do item caiu 1,66%.
Do lado dos avanços, os mais significativos vieram de: João Pessoa (9,52%), Belém (6,44%) e Aracaju (5,55%). Contudo, estas altas foram bem menos intensas que as variações registradas pela batata no Centro-Sul.
Seja como for, a farinha de mandioca ficou mais cara em todos os locais no acumulado dos últimos 12 meses. Os principais destaques ficaram com Fortaleza (51,75%), João Pessoa (44,88%) e Aracaju (43,84%). Aliás, os locais que tiveram as maiores altas nos preços da cesta básica em janeiro foram os estados do Nordeste.
O Dieese explicou que a redução da oferta da mandioca e o aumento das chuvas nas regiões produtoras pressionaram os preços do item no mês passado.
Por fim, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.