Que a inflação tem consumido o poder de compra e dificultado a vida do trabalhador não é novidade, mas o que chama atenção nesta quarta-feira (08) é a porcentagem que tem sido gasto do salário mínimo na cesta básica. O valor ultrapassa 50%.
O valor da cesta básica chegou a consumir 65,32% dos ganhos mensais de uma pessoa que recebe um salário mínimo (atuais R$ 1,1 mil). Este resultado foi constatado em Porto Alegre, que tem a cesta mais cara do país, com R$ 664,67. Mesmo no local em que a cesta básica é a mais barata, em Aracaju, a porcentagem também assusta chegando a utilizar 44,86% do salário mínimo (R$ 456,40).
Os resultados fazem parte da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O departamento também foi responsável pela pesquisa que concluiu que o benefício emergencial é uma espécie de “auxílio da fome”.
Ainda foi constatado que o total da cesta básica teve alta em 13 das 17 capitais pesquisadas. Além disso em todas as cidades participantes do levantamento a cesta básica sumiu pelo menos 10% em um ano, o salário mínimo, porém, não acompanhou este avanço.
Entre a alta do preço neste mês está o café em pó que subiu em todas as capitais e também o açúcar que não subiu em apenas uma delas.
Para se ter uma ideia, o valor considerado “ideal” pelo Dieese para o salario mínimo é de R$ 5.583,90. Isso se considerado a necessidade de uma família com quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.
Ou seja, mesmo para comprar a alimentação básica está sendo necessário se redobrar no Brasil, já que o salário mínimo tem se mostrado insuficiente para todos os gastos como alimentação, aluguel, contas de consumo, por exemplo.