O Governo Federal está pagando o Auxílio Emergencial para cerca de 39,1 milhões de brasileiros hoje. No entanto, isso é muito menos do que a quantidade de cidadãos que, em tese, precisariam receber esse montante no país. Pelo menos é o que diz uma pesquisa que teve divulgação nesta semana.
De acordo com o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made/USP), o Brasil tem hoje cerca de 61,1 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza ou extrema pobreza. São brasileiros que precisam portanto desses auxílios.
Segundo as normas gerais, uma pessoa está em situação de pobreza quando a sua renda per capita não ultrapassa a marca dos R$ 178. Um cidadão está em situação de extrema pobreza quando essa mesma renda per capita não passa do limite de R$ 89 por mês.
Os números dessa pesquisa implicam dizer que milhões de pessoas que necessariamente precisariam do Auxílio Emergencial do Governo Federal não o estão recebendo neste momento. Em tese, são cidadãos que estão vivendo sem nenhum tipo de renda agora.
Nas redes sociais, várias pessoas que estão nesta situação até tentam reclamar com os órgão oficiais, mas a grande maioria delas não está conseguindo muita coisa. “Eu estou sem o Auxílio Emergencial, sem o Bolsa Família e sem trabalho. O que eu vou fazer?”, questionou um interbauta em seu perfil oficial do Twitter.
Auxílio Emergencial
O Governo Federal não costuma responder essas reclamações episódicas, no entanto, o Ministério da Cidadania costuma dizer que o Dataprev é o responsável por decidir quem entra e quem sai do Auxílio Emergencial. Eles analisam um sistema de dados que aponta os cidadãos que precisam ou não do dinheiro.
No entanto, muita gente afirma que essas regras seriam injustas. É que o Dataprev só analisa as contas das pessoas que receberam o Auxílio Emergencial em 2020. Isso quer dizer que quem não recebeu o benefício no ano passado, não vai poder receber o dinheiro agora.
Para muita gente, essa regra não faria sentido. É que imagine que alguém que estava com emprego no ano passado e não pediu Auxílio, tenha perdido o emprego agora. Dessa forma, essa pessoa se tornou uma desempregada e não pode mais pedir o benefício desta vez.
Novo Bolsa Família
Os números dessa pesquisa também jogam uma certa pressão no Governo Federal quando o assunto é o novo Bolsa Família. É que o Palácio do Planalto está preparando neste momento os últimos detalhes para começar os pagamentos do novo benefício.
Um dos pontos de discussão gira em torno da quantidade de pessoas que irão receber o dinheiro do programa. Se fosse seguir ao pé da letra a quantidade de necessitados, então eles teriam que fazer repasses mensais para mais de 61,1 milhões de brasileiros.
Por essa conta, o Governo não iria gastar pouco. Só no último trimestre, os cofres da União deveriam desembolsar cerca de R$ 55 bilhões, considerando um valor médio de R$ 300 de pagamento. O mais provável, no entanto, é que o Planalto opte por não pagar esse benefício para essa quantidade de brasileiros.